Ao longo da história da salvação, muitos santos tiveram confrontos duríssimos com o demônio.
Em diversas ocasiões, os confrontos partiam para agressões físicas visíveis, mas em outras, trava-se uma guerra psicológica com o maligno, tendo como objetivo fazer com que o eleito à santidade deixasse de acreditar no Senhor, além de negar a fé.
Um dos confrontos mais duros com o demônio de que se tem notícias foi a noite em que Santa Gemma Galgani passou apanhando do maligno, materializado como um homem muito gordo e muito alto. Conta-nos a nossa santinha:
“Ontem, como de costume, passei uma noite horrível: o demônio me apareceu como um homem gordo, gordo, alto, alto e me bateu a noite toda. E dizia: ‘Pensas que Jesus te ama, mas Ele te abandonou. Para ti não há esperança de salvação; estás em minhas mãos” [1]
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O objetivo do maligno era fazer Gemma se desesperar e fraquejar, negando a fé em Jesus. Mas ela tinha tanta fé e amor pelo Senhor e sua Paixão, que mantinha uma fé inabalável, mesmo sofrendo o desespero de apanhar do demônio sem perspectiva de deixar de sofrer. Quanto mais o demônio lhe agredia e provocava, mais permanecia serena e ainda respondia:
“[…]Deus é misericordioso e não temo nada!” [2]
Isso deixava o demônio furioso e como não atingia o seu objetivo de fazer com Gemma desistisse do Senhor, partia sempre, dando na pobre Gemma uma forte pancada na cabeça e exclamando: “Maldita!”
São Pio de Pietrelcina passava o mesmo: foram inúmeras as vezes em que sofreu com as vexações do demônio. Apanhava mais do demônio quando passava o dia confessando as almas que queriam a misericórdia de Deus. Salvou muitas delas do inferno e por essa razão, despertava a ira do maligno.
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Durante à noite, apanhava tanto, que chegava a pensar que morreria ali mesmo. Chamava por Jesus, pelo anjo da guarda, mas a prova permanecia, até que o demônio se enfurecia e ia embora, por não conseguir fazer com que o santo negasse Jesus. Certa vez, apanhou durante horas, madrugada a fio, chamou pelo anjo da guarda, por Jesus, mas ninguém veio. Ficou estatelado no chão, ferido e sem conseguir se levantar. Foi quando diante dele, lhe apareceu Jesus que o pôs na cama e Ele próprio começou a lhe enxugar as feridas.
Todas as vezes em que São Pio de Pietrelcina ouvia sobre Santa Gemma, chorava copiosamente por saber que ela havia passado pelos mesmos sofrimentos que ele.
O sofrimento não é algo que está presente apenas na vida dos santos. Através dele, temos a oportunidade de nos achegar a Deus para fazer um caminho de conversão. Foi assim com os santos, que sofriam pela conversão dos pecadores.
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Os santos são nossos amigos, aqueles que Jesus escolheu para nos fazer lembrar que é possível agradar a Deus num mundo tenebroso, cheio de trevas. Jesus nos ensinou que os sofrimentos fazem parte do nosso caminhar rumo à Pátria Celeste:
Depois do Concílio de Calcedônia, alguns fizeram da natureza humana de Cristo uma espécie de sujeito pessoal. Contra eles, o quinto Concílio ecumênico, reunido em Constantinopla em 553, confessou a propósito de Cristo: ‘não há n’Ele senão uma só hipóstase (ou pessoa), que é nosso Senhor Jesus Cristo, um da santa Trindade’. Tudo na humanidade de Cristo deve, portanto, ser atribuído à sua pessoa divina como seu sujeito próprio (96); não só os milagres, mas também os sofrimentos e a própria morte: ‘Aquele que foi crucificado na carne, nosso Senhor Jesus Cristo, é verdadeiro Deus, Senhor da glória e um da Santíssima Trindade’. [3]
Jesus aprendeu a sofrer com a traição de Judas
São Pio de Pietrelcina transcreveu a o sofrimento de Nosso Senhor Jesus quando estava no Getsêmani e Judas tinha acabado de o vender aos guardas, o traindo.
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O Senhor teve uma visão enquanto orava, antes de tudo acontecer e viu, inclusive, o seu povo tão amado – que dias antes o aclamava – prestes a o crucificar:
“Jesus chora. Vê-se arrastado pelas ruas de Jerusalém onde ainda há alguns dias o aclamavam como Messias. Vê-se esbofeteado diante do sumo-sacerdote. Ouve os gritos: À morte! Ele, o autor da vida, é arrastado como um farrapo de um para outro tribunal. O povo, o seu povo tão amado, tão cumulado de bênçãos, vocifera contra Ele, insulta-o, reclama aos gritos a sua morte, e que morte, a morte sobre a cruz. Ouve as suas falsa acusações. Vê-se flagelado, coroado de espinhos, escarnecido, apupado como falso rei. Vê-se condenado à cruz, subindo ao Calvário, sucumbindo ao peso do madeiro, trêmulo, exausto…”[4]
Que Jesus nos ensine a ter a plena certeza de que em qualquer sofrimento, Deus nunca nos abandona. Nunca!
Deus seja para sempre louvado.
Referências
[1] GALGANI, Gemma. op. cit, 1941, p. 368.
[2] Idem.
[3] Catecismo da Igreja Católica, nº 468.
[4] Transcrição da Agonia de Jesus, por São Pio de Pietrelcina, presente em Alexandria Católica.