“Eu sou exorcista, mas não tenho permissão do Bispo…”

Ao longo da história da Santa Igreja, o exorcismo nunca deixou de ser praticado. Às vezes, em determinados períodos históricos, praticava-se mais, em outros momentos, menos, mas nunca a Igreja deixou de celebrar exorcismos.

Foi entre o século III e VI a Igreja começou a delegar o ofício de exorcista para os sacerdotes antigos, que se retiravam para os mosteiros a fim de possuir maior intimidade com Deus através dos sacrifícios, orações e jejum. (Em nosso curso sobre o ministério dos exorcismos, abordamos detalhadamente essa questão). Isso aconteceu por causa dos excessos ligados a essa pastoral de libertação. Excessos sempre existiram, como existem hoje.

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O Portal recebe constantemente consultas a respeito de quem são os exorcistas oficiais no Brasil. Sempre somos questionados se determinado sacerdote é mesmo exorcista, pois ele próprio afirmar ser, o povo o nomeia ou a “palavra que corre” se encarrega disso.

No Brasil, pouquíssissimos são os sacerdotes encarregados pelos seus bispos de celebrar exorcismos, quando necessários. Já explicamos isso diversas vezes aqui no Portal, principalmente através dos cursos que são ministrados e também com os artigos publicados.

Contudo, vemos sempre crescer o número de consultas a esse assunto, sobretudo porque realmente há padres que não são exorcistas e arvoram-se em sê-los (não sabemos porque fazem isso) e divulgam por todo canto que celebram exorcismos sem possuir permissão do Bispo para tal.

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O ministério do exorcismo não é para amadores!

A Igreja é muito prudente com esse assunto e para um sacerdote ser exorcista é preciso haver uma licença expressa do ordinário local (bispo diocesano):

“Ninguém pode legitimamente exorcizar os possessos, a não ser com licença especial e expressa do Ordinário do lugar.” (CDC 1172)

E prossegue o Código de Direito Canônico:

“§ 2. Esta licença somente seja concedida pelo Ordinário do lugar a um presbítero dotado de piedade, ciência, prudência e integridade de vida.” (CDC 1172, § 2º)

Vemos que há um perfil para a escolha desse sacerdote nas dioceses: piedoso, prudente, íntegro e dotado de ciência.

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Muito nos espanta quando vemos que sacerdotes, conhecedores dessas máximas, acabam enganando o povo de Deus, dizendo-lhes que são exorcistas sem possuir permissão. Isso é prejudicial às almas!

Vamos dar um exemplo simples: recentemente, consultamos uma grande Arquidiocese aqui do Brasil a respeito do sacerdote que era autorizado pelo Bispo a praticar exorcismos naquele território. A resposta que obtivemos foi: “o senhor Arcebispo não permite a prática de exorcismos no território Arquidiocesano.”

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Não demorou muito até que uma pessoa daquela Arquidiocese nos procurou para questionar quem era o exorcista daquela diocese, pois determinado Padre estava se apresentando como tal e indo, inclusive exorcizar as casas para provar que era. A mesma resposta que obtivemos, repassamos aquela pessoa: o Sr. Arcebispo não autorizava tal prática naquele território. Não passou muito tempo, novamente fomos questionados por outra pessoa sobre se aquele sacerdote era mesmo exorcista. Novamente, negamos prontamente.

Nossa maior surpresa veio quando certa vez, o próprio sacerdote afirmou: “eu sou exorcista, mas não tenho licença do bispo. Para ser exorcista o Padre vai rezando até que chega uma hora que o bispo permite.” E o mesmo sacerdote ainda afirmou: “Eu sou membro da Associação dos Exorcistas, mas a do Padre Rufus!”

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Lamentamos informar que esse sacerdote não está correto em seu modo de pensar. Mas infelizmente, temos percebido que ele não é o único. E muitos deles, inclusive, usam a memória do saudoso Padre Rufus Pereira para dizerem que possuem permissão para celebrar exorcismos. É como se ter estado em orações ministradas pelo saudoso Padre Rufus os habilitassem para desobedecer as leis da Igreja e celebrar exorcismos sem permissão. Não existe “Associação do Padre Rufus”, existe a Associação Internacional dos Exorcistas, fundada pelo Padre Gabriele Amorth e atualmente presidida pelo Padre Francesco Bamonte.

O Padre Rufus não queria que esse tipo de coisa acontecesse. Ele era extremamente obediente à Igreja. Certa vez, aqui no Brasil, ele estava atendendo a um grave caso de possessão. A pessoa já estava em transe há alguns dias e ele não conseguia libertar o possuído. Foi então que o demônio disse: “você não tem autoridade sobre mim! Na diocese dela (a possessa) há um exorcista!”

Foi necessário que o exorcista da Diocese dessa pessoa a exorcizasse para que ela saísse do transe da possessão. Esse testemunho, inclusive, é contado pelo próprio exorcista que atendeu esse caso e acompanha o Portal, como um de nossos orientadores.

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Por que isso aconteceu?

Porque até o demônio sabe o seu lugar.

Se você conhece algum sacerdote que se diz exorcista e ele não está na lista de exorcistas da AIE, ligue para a cúria da sua Diocese e confirme se, de fato, ele possui autorização para desempenhar esse ministério.

Caso contrário, pelo bem das almas, faça uma denúncia ao Bispo diocesano. Se até o demônio sabe o seu lugar, acreditamos que isso ajudará esse sacerdote a entender que a obediência é uma virtude!

Salve Maria!

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