Há algum tempo que temos no Portal uma sessão na área premium para homenagear ou mesmo lembrar dos padres que, não sendo exorcistas oficiais, marcaram época atendendo as pessoas que os procuravam para libertarem-se de algum distúrbio espiritual.
Esses sacerdotes pareciam terem recebido algum dom particular de Deus para rezar pelos possuídos, que não encontrando apoio em qualquer paróquia, iam em busca de algum padre que lhes pudesse ajudar, caminhando a distância que fosse necessária.
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Hoje, queremos tratar sobre um padre da cidade de Cordeirópolis, no interior de São Paulo que marcou todo o distrito de Cascalho, rezando pelas pobres almas que sofriam.
Luis Stefanello era italiano, nascido na Província de Pionca, Pádua e veio para o Brasil em novembro de 1907, estabelecendo-se como capelão na cidade de Cordeirópolis em 1911. Desde então, são inúmeros os testemunhos de casos de libertação em que o sacerdote rezou e alcançou êxito.
É preciso lembrar que é muito provável que o Padre tenha praticado exorcismos oficiais, pois nesta época a ordem do exorcistado (abolida pelo São Paulo VI) ainda estava vigente e os padres tinham certa liberdade para tratar dos casos com os bispos. Chamam a atenção os testemunhos das pessoas que acompanhavam o trabalho do padre:
“Eu assisti ele. Ele dava a benção e rezava. E, às vezes, vinham gente com caminhão trazer gente amarrado. Tinha exorcismos, tinha espírito, tinha não sei o quê, traziam aqui. Aqui fazia fila. Cascalho era, Nossa Senhora!!! Era umas reuniões todos sábado e domingo que o senhor não podia ir, que tava cheio de gente.” [1]
“Vinham tudo de fora. Vinha de longe. Até do Paraná. Vinham de caminhão, às vezes de carro. Se você visse que anarquia que tinha!!! Dava até medo. Era tudo dia, tudo dia. Eu assisti uns par deles, depois a minha mãe não deixou mais não, porque ela achava que nós ficávamos nervosos, né? Você precisava ver que nervoso que dava.” [2]
Em relação ao ministério do Exorcismo, sabemos que o Padre teve ao menos autorização oficial do seu Bispo à época para celebrar ao menos um Exorcismo oficial, haja vista que apareceu-lhe um autêntico caso de possessão que o obrigou a consultar o Superior Provincial dos Escalabrinianos. Este, ao ler a carta, recomendou que ele procurasse o Bispo para pedir autorização para celebrar o grande Exorcismo, pois o caso tinha sinais claros. O Bispo, ao ser consulado, concedeu permissão ao Padre Stefanello e a outros padres próximos de exorcizarem a pessoa.
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Neste caso em particular, o Padre rezou o Exorcismo mais de 6 horas e outro seu confrade, por mais 8 horas.
Mas outros casos que eram testemunhados pareciam mostrar a graça divina que repousara sobre o sacerdote, demonstrando um dom espiritual recebido:
“Então, o padre tinha uma oração que ele já sabia de cor, e levava uns deiz minutos para ele fala ligeiro. Você via o suor dele que caía, e ele falando essa oração. Quando tava no fim da oração, ele falava: ‘- Preste bem atenção tudo (era umas palavras meio difícil e eu não sei repetir isso). Se benze!!!Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo’, e depois ele falava pra todos: ‘- Outra vez. Outra vez’. Três vezes.” [3]
E o relato continua com a manifestação do demônio confrontando o Padre Stefanello:
“Naquele momento, quem tava com o encosto dizia: ‘- Mardito padre, deixa eu aqui’. Tudo se proclamava. O demônio se proclamava quando chegava este momento. E dizia: ‘-Me deixa eu aqui. Se o senhor fosse que nem o padre fulano de tal, que não se incomodava com nóis, é que o senhor tem a camisa limpa, mas se o senhor não tivesse a camisa limpa, eu te matava de noite.’ O diabo chegou a falar isso pra ele. O senhor já pensou uma coisa dessa: o pobre diabo pedia pra que ele o deixasse ali?’. [4]
O poder de Deus através da Igreja Católica Apostólica Romana é admirável. Vemos aqui um relato, já corroborado tantas vezes pelo saudoso Padre Gabriele Amorth, dos limites que são impostos ao demônio quando diante dele há um ministro sagrado que vive aquilo que prega.
Deus se faz presente e honra seus escolhidos!