O Dom de Cura de Ananias: Obediência, Fé e Misericórdia na Igreja Primitiva

A figura de Ananias de Damasco, mencionada em Atos dos Apóstolos (At 9), é uma das mais inspiradoras da Igreja nascente. Embora apareça brevemente nas Escrituras, sua missão revela a profundidade do dom de cura espiritual quando exercido com obediência, fé e comunhão com Deus.

📖 Quem foi Ananias?

Ananias era um discípulo de Jesus que vivia em Damasco. A Bíblia o descreve como “temente a Deus segundo a Lei” e com “bom testemunho de todos os judeus que ali habitavam” (At 22,12). Ele não era apóstolo, nem sacerdote — mas um leigo fiel, escolhido por Deus para uma missão extraordinária: curar Saulo de Tarso, o perseguidor dos cristãos, e introduzi-lo na fé.

✨ O dom de cura como expressão da graça

O episódio de Atos 9 mostra que Ananias recebeu uma visão divina, na qual o Senhor o envia à casa de Judas, na rua Direita, para impor as mãos sobre Saulo. Mesmo com receio, Ananias obedece. Ao chegar, diz:

“Saulo, meu irmão, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou para que recuperes a vista e fiques cheio do Espírito Santo.” (At 9,17)

Imediatamente, caíram dos olhos de Saulo como que escamas, ele recuperou a visão, foi batizado e começou sua missão como apóstolo.

Esse gesto revela que o dom de cura não é apenas físico — é espiritual, sacramental e transformador. Ananias não curou por si mesmo, mas como instrumento da graça, obedecendo à vontade de Deus.

🛐 Lições para ministros de cura e libertação

A missão de Ananias ensina que:

• O dom de cura não depende da fama ou posição eclesial, mas da disponibilidade interior e da vida de oração
• A cura verdadeira acontece quando há obediência à voz de Deus, mesmo diante do medo ou da dúvida
• O ministro de cura deve ser canal da misericórdia, não juiz da história do outro
• A imposição das mãos, quando feita com fé e discernimento, pode ser instrumento de libertação e restauração

📿 Ananias como modelo para hoje

Em tempos de confusão espiritual, o exemplo de Ananias nos lembra que Deus continua escolhendo pessoas simples para realizar obras extraordinárias. Seu dom de cura não foi espetáculo — foi serviço silencioso, eficaz e fiel à vontade divina.

Ministros de cura e libertação são chamados a viver como Ananias: ouvindo a voz de Deus, acolhendo os feridos e confiando no poder do Espírito Santo.