A Santa Sé anunciou oficialmente, em 22 de novembro de 2025, que o Papa Leão XIV aceitou a renúncia de Dom Rafael Zornoza Boy ao governo pastoral da diocese de Cádiz e Ceuta. A decisão foi publicada no boletim da Santa Sé e marca uma mudança significativa na liderança da Igreja Católica na região sul da Espanha.
Motivos da renúncia
Dom Rafael Zornoza havia apresentado sua renúncia em julho de 2024, ao completar 75 anos, conforme previsto pelo Código de Direito Canônico (cânon 401 §1). Além da idade, sua saída ocorre em meio a uma investigação canônica conduzida pela Congregação para a Doutrina da Fé, relacionada a acusações de abusos ocorridos nos anos 1990, quando atuava no seminário de Getafe. O prelado nega as acusações e afirma colaborar com as investigações.
Nomeação de administrador apostólico
Para garantir a continuidade pastoral da diocese, o Papa nomeou Dom Ramón Darío Valdivia Giménez, bispo auxiliar de Sevilha desde 2023, como administrador apostólico de Cádiz e Ceuta. Nascido em Osuna (Sevilha) em 1974, Valdivia é licenciado em Direito pela Universidade de Sevilha e tem experiência pastoral e acadêmica, sendo considerado uma figura de confiança para conduzir a diocese neste período de transição.
Impacto na diocese
A diocese de Cádiz e Ceuta, que abrange uma região estratégica e multicultural, enfrenta agora um momento de expectativa. A nomeação de Dom Valdivia como administrador apostólico assegura a continuidade das atividades pastorais e administrativas até que seja designado um novo bispo titular.
Contexto mais amplo
A renúncia de Dom Zornoza insere-se em um contexto mais amplo de renovação episcopal na Espanha, onde diversos bispos têm apresentado suas renúncias por idade nos últimos anos. O caso, entretanto, ganha maior repercussão devido às investigações em andamento, que colocam em evidência a postura da Igreja em relação à transparência e responsabilidade diante de denúncias.
A aceitação da renúncia de Dom Rafael Zornoza e a nomeação de Dom Ramón Valdivia como administrador apostólico representam um marco importante para a diocese de Cádiz e Ceuta. O processo evidencia tanto o cumprimento das normas canônicas quanto a atenção da Santa Sé às circunstâncias particulares que envolvem cada liderança episcopal.
