A pregação e oração de cura interior de Padre Rufus Pereira sobre cura interior realizada no ano 20/09/2000 é uma das mais profundas, equilibradas e pastoralmente maduras reflexões já oferecidas à Igreja. Suas palavras, baseadas em décadas de missão, unem discernimento, realismo espiritual, sensibilidade humana e uma compreensão clara de como a graça de Deus age nas feridas mais antigas da pessoa. Ele recorda que toda caminhada de cura autêntica começa com um passo fundamental: o arrependimento. Não como peso de culpa, mas como retorno ao coração de Deus. A conversão é o fio condutor de toda a vida cristã e, segundo ele, nada abre mais espaço para o Espírito Santo do que reconhecer os próprios pecados, renunciar às omissões e permitir que Deus reconstrua o que foi afetado pelo mal.
Esse conteúdo sobre cura foi importante? Torne-se um benfeitor e nos ajude a chegar aos corações!
Um dos pontos mais fortes de sua reflexão é o reconhecimento da responsabilidade humana no mal existente no mundo. Não apenas pelo mal cometido, mas também pelas omissões, pelas vezes em que deixamos o mal avançar sem reagir. Padre Rufus explica que a “ira de Deus” na Escritura não é explosão de raiva divina, mas a permissão para que experimentemos as consequências de nossas escolhas. E, ao mesmo tempo, ele alerta: mesmo quando queremos fazer o bem, às vezes encontramos forças internas que nos empurram para o contrário. A raiz disso, diz ele, pode estar em influências familiares, feridas antigas ou contextos que moldaram nossa visão de mundo. A pessoa, muitas vezes julgada pelos outros, luta com batalhas que ninguém enxerga.
A partir dessas reflexões, Padre Rufus apresenta o verdadeiro sentido da cura interior: um dom do Espírito Santo que revela que muitos comportamentos, pecados repetidos e conflitos emocionais não surgem apenas da vontade pessoal, mas de experiências profundas, muitas vezes anteriores à própria consciência. Ele recorda que o ambiente familiar, a gestação, a infância, o tipo de convivência e até mesmo a atmosfera espiritual da casa podem influenciar o desenvolvimento interior de uma pessoa. Feridas emocionais e espirituais não resolvidas podem moldar hábitos, vícios, medos, inseguranças e até comportamentos autodestrutivos.
Esse conteúdo sobre cura foi importante? Torne-se um benfeitor e nos ajude a chegar aos corações!
Por isso, a cura interior não é terapia emocional, nem técnica psicológica, nem catarse sentimental. É uma ação sobrenatural, onde Jesus toca momentos específicos da história pessoal — desde a concepção até a vida adulta — trazendo luz, ordem, sentido e libertação. Padre Rufus descreve casos, como o de jovens viciados na Austrália e de uma moça que preferia um hospital psiquiátrico a viver com sua própria família, para mostrar como feridas profundas podem aprisionar a pessoa em ciclos de dor. Nessas situações, a cura interior não elimina apenas comportamentos, mas cura as origens: abandono, rejeição, violência, desestrutura familiar, medo ou solidão.
Ao conduzir sua oração, Padre Rufus leva o fiel a agradecer pela vida, renunciar à culpa paralisante e abrir o coração para um processo de cura que envolve perdão, louvor e entrega. Ele reza sobre a concepção, sobre os nove meses no ventre materno, sobre o nascimento e sobre cada etapa da vida marcada por dores. Essa oração não é fuga do passado, mas encontro com Cristo que transforma toda a história pessoal. Ele convida os fiéis a perdoar quem causou feridas, a louvar Deus mesmo pelas situações difíceis e a reconhecer que nada da vida aconteceu fora da presença e da providência divina.
Esse conteúdo sobre cura foi importante? Torne-se um benfeitor e nos ajude a chegar aos corações!
A cura interior, nesta visão, não é um evento isolado, mas um caminho onde cada pessoa descobre que Deus esteve presente em todos os seus momentos — inclusive nos mais sombrios. Ao tocar a memória, Jesus cura, restaura e revela que a identidade verdadeira não é definida pelas feridas, mas pelo amor de Deus que permanece. Essa é a essência da cura interior segundo Padre Rufus: permitir que Jesus entre na história pessoal e a recrie desde dentro. É deixar-se abraçar pela misericórdia que devolve ao coração sua paz, sua dignidade e sua capacidade de amar. E, assim, o cristão aprende a caminhar não como alguém marcado pela ferida, mas como alguém transformado pela graça.
Fonte: perufus.net.br
