Quando a luz vence as trevas: o poder da oração ‘Espírito do Senhor’ na libertação

Em uma oração de libertação, um detalhe aparentemente simples revelou o quanto o poder de Deus age quando encontramos resistência do inimigo. Uma mulher começou com uma tosse seca, um sinal discreto, mas revelador. Ao nos aproximarmos dela, o Espírito Santo inspirou um comando breve e firme, quase mental, dito em voz baixa: “Em nome de Jesus, vomite toda a obra maligna que você ingeriu!” Imediatamente, a reação foi física e visível: ela começou a vomitar, manifestando que algo espiritual estava sendo expulso. Este momento não foi fruto de técnicas humanas, mas da autoridade do Nome de Jesus, diante do qual todo joelho se dobra no céu, na terra e nos abismos (cf. Fl 2,10). O poder não está na intensidade da voz, mas na fé e na comunhão com Cristo, que dá eficácia até às ordens mais discretas contra o inimigo.

Levamos a mulher até a sacristia, acompanhada por dois servos, para que a oração fosse feita em ambiente de recolhimento. Ali, recorremos à oração “Espírito do Senhor”, ditada pelo próprio Jesus à irmã Ermínia Brunetti e entregue ao saudoso Padre Gabriele Amorth, exorcista de Roma, que a utilizava antes de cada exorcismo. Ao iniciar a oração, a resistência demoníaca tornou-se evidente: gritos, urros e palavras de ódio ecoaram, não da mulher, mas da entidade que a obsediava. O inimigo manifestava claramente sua fúria diante da invocação do Espírito do Senhor, da Santíssima Trindade e dos santos do Paraíso. Esse episódio mostra que, quando usamos orações aprovadas e recomendadas pela Igreja, sobretudo aquelas que têm uma origem divina reconhecida, estamos entrando em uma linha de combate segura, onde a luz sempre prevalece.

O momento decisivo veio ao término da oração. Após ordenarmos com autoridade no Nome de Jesus e chamar a mulher pelo seu nome próprio – que havíamos perguntado antes –, houve um rompimento espiritual. O inimigo perdeu sua influência, e a pessoa recobrou o equilíbrio, voltando a si em paz. O uso do nome da pessoa não é apenas detalhe; é um gesto pastoral de resgate da identidade, lembrando que cada um é chamado pessoalmente por Deus e não se reduz à opressão sofrida. O demônio tenta apagar a dignidade humana, mas o Senhor restaura cada vida, chamando pelo nome, assim como fez com Lázaro no túmulo: “Lázaro, vem para fora!” (Jo 11,43). Na libertação, o chamado pessoal tem um poder de restauração e acolhimento.

Esse episódio deixa um ensinamento precioso para todos os ministros de cura e libertação: não se trata de fórmulas mágicas ou de improvisos humanos, mas de estar enraizado em Cristo, vivendo em santidade e obedecendo à Igreja. O ministro deve ser dócil ao Espírito Santo, usar as armas da fé – orações recomendadas, sacramentais e o Nome de Jesus – e agir sempre com discernimento. O inimigo pode gritar, urrar, espernear, mas jamais resistirá ao poder da oração feita em unidade com a Igreja. Para os ministros, fica claro: a verdadeira autoridade nasce da vida sacramental, da oração diária e da fidelidade a Cristo. Assim, cada batalha travada será ocasião de testemunhar que a luz vence as trevas, e que é o Senhor quem liberta, cura e restaura.

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