A estreia do filme Nuremberg reacendeu, no mundo inteiro, uma pergunta que acompanha a humanidade desde as primeiras páginas da Escritura: como homens aparentemente comuns podem se tornar instrumentos de um mal tão destrutivo? E, acima de tudo, o que impede que esse mesmo mal volte a ocupar espaço em nossos tempos?
Inspirado no livro O Nazista e o Psiquiatra, de Jack El-Hai, o longa revisita o julgamento dos maiores criminosos nazistas após a Segunda Guerra Mundial. O jornalista teve acesso aos arquivos do psiquiatra norte-americano Douglas Kelley, responsável por examinar figuras como Hermann Göring, líder máximo da máquina nazista depois de Hitler. Kelley investigava se os altos oficiais possuíam algum distúrbio psíquico que justificasse a monstruosidade que praticaram. Sua conclusão, porém, foi devastadora: eles eram assustadoramente normais.
E é justamente aqui que começa a grande lição espiritual por trás da história.
O mal não nasce em mentes doentes, mas em corações entregues às trevas
Kelley ficou perplexo ao constatar que os nazistas — com exceção de Robert Ley — não eram psicopatas irracionais. Eram homens inteligentes, organizados, disciplinados, capazes de amar suas famílias, mas que aceitaram uma ideologia de ódio e permitiram que ela moldasse seus atos. Assim como a serpente fascinou Eva no Éden, o mal se apresenta como uma proposta sedutora, consistente, aparentemente lógica. Só depois revela sua verdadeira face.
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Este é o ponto central que a fé cristã sempre ensinou:
Sem a luz de Cristo, qualquer sociedade — inclusive a nossa — pode ser seduzida pelo espírito do mal.
O próprio Kelley reconheceu isso ao afirmar que uma tirania semelhante poderia surgir em qualquer país, inclusive nos Estados Unidos. Suas conclusões eram inconvenientes demais para a época. Mas são preciosas para nós hoje.
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O confronto entre luz e trevas em Nuremberg
O filme retrata não apenas um tribunal, mas um embate moral. De um lado, homicidas de massa tentando se justificar; do outro, homens buscando estruturar um conceito de justiça internacional baseado em princípios superiores à força militar. O drama psicológico entre Douglas Kelley (interpretado por Rami Malek) e Hermann Göring (Russell Crowe) mostra como o mal tenta seduzir, manipular e relativizar suas próprias ações. Göring aparece inteligente, articulado, quase simpático. Um perigo real.
Esse contraste é fundamental. Na vida espiritual, o mal muitas vezes não se apresenta grotesco, mas revestido de “raciocínio”, charme, inteligência. São Paulo já alertava:
“Satanás se disfarça em anjo de luz.” (2Cor 11,14)
O filme, sem querer, acaba revelando isso com precisão.
A queda moral do próprio psiquiatra: um alerta espiritual
A história real de Kelley é um dos aspectos mais perturbadores. O psiquiatra começou estudando Göring, mas acabou fascinado por ele — uma fascinação que, segundo muitos especialistas, ultrapassou o profissional. De tanto encarar o abismo da maldade, Kelley acabou contaminado. Morreu do mesmo modo que Göring, apenas doze anos depois.
É impossível ignorar aqui o ensinamento cristão:
Quem contempla o mal sem a proteção da graça corre o risco de imitá-lo.
Só a luz de Cristo impede que a escuridão nos devore.
A verdade histórica diante da distorção cinematográfica: o caso Pio XII
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O filme inclui uma cena fictícia em que o fiscal norte-americano Robert Jackson confronta o Papa Pio XII, acusando-o de omissão. Essa cena nunca aconteceu. Historiadores sérios, inclusive não católicos, já demonstraram que o Papa:
- nunca se opôs aos julgamentos de Nuremberg;
- não foi convocado nem procurado pelo fiscal Jackson;
- se preocupou apenas com que o povo alemão não sofresse punições coletivas;
- intercedeu pela conversão e pela vida de alguns condenados, como faz a Igreja desde os primeiros séculos.
A cena fantasiosa reforça um velho vício do cinema americano: criar um “herói moral” que enfrenta a “Europa decadente”. Mas isso nada tem a ver com a realidade.
O maior ensinamento de Nuremberg: o mal não é derrotado apenas com tribunais, mas com conversão
Do julgamento surgiram princípios éticos e jurídicos que influenciam até hoje a legislação internacional e a bioética. Contudo, Nuremberg só pôde acontecer porque o mundo reconheceu uma verdade que antecede qualquer constituição:
Existe um Bem objetivo, existe um Mal objetivo, e ambos estão acima de ideologias, governos e exércitos.
O nazismo tentou destruir essa base moral universal.
A justiça internacional tentou reconstruí-la.
Mas somente Cristo consegue restaurá-la plenamente nos corações.
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Por isso, a grande pergunta que atravessa o filme ecoa como um alerta espiritual para nós:
O que impede que o mesmo espírito de destruição volte a dominar povos inteiros?
A resposta não está apenas na lei, na política ou na cultura.
Está na vigilância espiritual que Jesus nos ordenou:
“Vigiai e orai, para não cairdes em tentação.” (Mt 26,41)
O perigo permanece — e o remédio também
Nuremberg ajuda as novas gerações a refletirem sobre o mal real, concreto, histórico. Mas, para nós cristãos, ele aponta ainda mais fundo: mostra que o mal não é uma ideia, é uma força espiritual, e só pode ser vencido plenamente:
- pela conversão,
- pela verdade,
- pela vida sacramental,
- pela caridade,
- e pela firme rejeição de qualquer ideologia que despreze a dignidade humana.
Assim como o psiquiatra Kelley sucumbiu ao mal que estudava, uma sociedade que abandona Deus corre o risco de repetir sua tragédia.
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O Portal Cura e Libertação existe justamente para lembrar o Brasil e o mundo de que a batalha espiritual é real — e que somente Cristo salva, cura e liberta.
Fonte: https://www.religionenlibertad.com/


