O exorcismo, sacramental da Igreja, é antes de tudo uma obra de misericórdia. Assim como o Bom Samaritano derramou azeite e vinho sobre as feridas do homem caído, o sacerdote exorcista é chamado a oferecer consolo e esperança àqueles que sofrem sob a ação extraordinária do maligno. O documento da Associação Internacional dos Exorcistas (Roma, 2025) recorda que este ministério deve ser exercido com prudência, humildade e fidelidade ao Evangelho.
Cristo, único e verdadeiro Exorcista
Todo exorcismo é realizado em nome de Cristo e da Igreja. O sacerdote não age por iniciativa própria, mas como ministro de Jesus, que tem autoridade sobre todo poder das trevas. Por isso, o exorcista deve evitar protagonismo e recordar: “É necessário que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30).
Erros a evitar
O documento alerta contra práticas que desviam da fé autêntica:
- Improvisação e sensacionalismo: quando pessoas sem mandato episcopal se apresentam como exorcistas, gerando confusão e medo.
- Centralidade no diabo: reduzir o ministério a uma luta contra o maligno, esquecendo que a verdadeira libertação vem da vida sacramental, da oração e da caridade.
- Superstições e práticas esotéricas: uso indevido de objetos sagrados, consultas a médiuns ou critérios estranhos à fé católica.
- Exclusão das ciências médicas e psicológicas: ignorar diagnósticos clínicos pode expor os fiéis a riscos desnecessários.
- Medo e declarações precipitadas: o exorcista deve transmitir paz e confiança em Deus, nunca alimentar pânico ou suspeitas.
O fiel: o mais pobre entre os pobres
Quem pede o exorcismo é visto pela Igreja como o mais necessitado de compaixão e consolo. O ministério não é apenas libertação, mas também acompanhamento espiritual, oração e presença fraterna. O exorcista deve ser exemplo de serenidade, conduzindo os fiéis ao encontro com Cristo que venceu todo poder inimigo da vida.
Formação e testemunho
Num mundo marcado por visões distorcidas do exorcismo, muitas vezes influenciadas pelo cinema, é essencial investir na formação de sacerdotes, consagrados e leigos. O verdadeiro ministério não se apoia em espetáculos, mas na arte do acompanhamento, na oração humilde e na confiança na graça de Deus.
Conclusão
O exorcismo é um ministério de misericórdia e esperança, que deve ser exercido com discernimento, fidelidade ao Magistério e profundo amor pelos que sofrem. Como recorda São João da Cruz: “Ao final, seremos examinados sobre o amor.” Que cada exorcista e cada fiel encontre na Igreja não o medo, mas a certeza da presença de Cristo Salvador, que venceu o mal e nos conduz à vida plena.
Fonte: Secretaria de Língua Portuguesa, da Associação Internacional de Exorcistas



Respostas de 3
Muito importante essas informações para nosso crescimento Deus abençoe
Precisamos de mais informações e padres formados. P nos ensinas p leigos. Sirvo no grupo d oração mas não tenho mt formação. Se tiver manifestação com fazer é agir?
Salve Maria. As manifestações com sinais extraordinários não acontecem a todo momento e nem em qualquer lugar. Nosso Senhor tem seus caminhos e propósitos quando permite uma manifestação diabólica e não permitir que aconteça sem que haja pessoas que possam ajudar o irmão que sofre.