O padre Declan Huerta Murphy, exorcista da diocese de Cuenca, na Espanha, compartilhou sua experiência no ministério e destacou como o contato direto com casos de possessão e libertação espiritual fortaleceu sua fé. Nomeado em 2019 pelo bispo local, ele atua há seis anos nesse serviço, conciliando a missão de exorcista com suas funções paroquiais.
Como se torna exorcista
Segundo o sacerdote, sua nomeação não foi fruto de escolha pessoal, mas de obediência ao bispo. Atualmente, ele e o padre Alberto Carnicero são os dois exorcistas autorizados na diocese. Declan relata ter acompanhado seis casos formais, com resultados diversos: alguns de libertação imediata, outros após processos prolongados de oração, e alguns em que os fiéis desistiram.
Casos mais frequentes
- Situações ligadas a práticas de santería e ritos caribenhos ou africanos.
- Crenças populares, como o chamado “mal olhado”.
- Necessidade de abençoar casas ou objetos para afastar influências negativas.
Antes de qualquer ritual, há sempre uma triagem: escuta pastoral, avaliação psicológica e acompanhamento espiritual. Muitas vezes, o processo resulta apenas em aconselhamento e consolo, sem necessidade de exorcismo pleno.
Sinais de influência espiritual
Entre os indícios que podem revelar ação do maligno, o padre cita:
- Reações adversas ao nome de Jesus Cristo ou da Virgem Maria.
- Dificuldade em olhar para um crucifixo.
- Rejeição à água benta.
Esses sinais ajudam a discernir quando é necessário avançar para o ritual de libertação.
As “seis portas perigosas”
O exorcista alerta que certas atitudes podem abrir espaço para influências negativas:
- Guardar rancores e ódios persistentes.
- Manipular a vida dos outros.
- Viver uma sexualidade desordenada.
- Desprezar a dignidade humana.
- Praticar espiritismo para dominar espíritos ou prever o futuro.
- Usar técnicas de imposição de mãos ligadas a supostas curas orientais.
Para o sacerdote, a melhor prevenção está em uma vida cristã coerente, rejeitando o pecado e buscando os sacramentos.
Um grande impulso de fé
Declan afirma que o ministério do exorcismo lhe trouxe um verdadeiro fortalecimento espiritual:
“O demônio é uma criatura angélica rebelde, não é o anti-Deus. Saber disso me deu um grande impulso de fé: Deus é Deus, e diante d’Ele nada resiste.”
O testemunho do padre Declan Huerta mostra que o ministério do exorcismo, além de enfrentar situações espirituais complexas, é também uma oportunidade de crescimento na fé e de alerta contra práticas que fragilizam a vida cristã.


