A missão de interceder pela cura dos irmãos nunca pode ser reduzida a técnicas, métodos ou expectativas humanas. Trata-se de um serviço profundamente espiritual, que toca diretamente o mistério da dor, da graça e da união do ser humano com Deus. A Instrução do Vaticano sobre as orações para alcançar de Deus a cura oferece fundamentos que todo ministro de oração precisa conhecer — não apenas para agir corretamente, mas para compreender espiritualmente o que acontece quando alguém sofre e quando alguém busca a restauração da saúde. Antes de qualquer oração, o ministro é chamado a contemplar o significado da doença na economia da salvação, pois somente assim poderá enxergar o enfermo com o olhar do próprio Cristo.
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A Igreja sempre entendeu que a doença, além de ser um mal real que aflige o ser humano, também pode tornar-se um encontro com Deus. Desde o Antigo Testamento, o sofrimento aparece ligado à fragilidade humana, à necessidade de conversão e ao reconhecimento da própria dependência do Senhor. Com Cristo, porém, o mistério se ilumina: Ele toma sobre Si todas as dores e as transforma em caminho de redenção. É por isso que Jesus cura, mas também abraça o sofrimento que não foi retirado. A missão do ministro de oração nasce justamente dessa verdade: Deus pode curar, Deus cura muitas vezes, mas também une o enfermo à cruz redentora quando essa é a forma mais profunda de salvação. Quem ministra a oração precisa manter o coração nessa delicada obediência.
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O desejo de ser curado é algo bom, legítimo e profundamente humano. O próprio Cristo jamais censurou alguém por pedir a graça da cura — censurou apenas a falta de fé ou a atitude de quem busca sinais sem buscar a Deus. Por isso, o primeiro princípio para ministros de cura é reconhecer a bondade do pedido. A oração pela saúde, seja física ou espiritual, faz parte da tradição viva da Igreja: está presente nos Salmos, nos Evangelhos, na ação dos Apóstolos, nos sacramentos e nas bênçãos litúrgicas. Isso significa que, ao orar pela cura, o ministro não faz algo extraordinário ou paralelo à vida da Igreja. Pelo contrário, participa de um movimento contínuo da história da salvação. No entanto, essa oração deve sempre brotar da confiança filial e da entrega à vontade de Deus, nunca de uma expectativa de espetáculo ou demonstração de poder.
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Outro ponto essencial da Instrução é a clareza sobre o chamado “carisma de cura”. A Igreja reconhece que existem dons extraordinários concedidos pelo Espírito Santo para edificar o Corpo de Cristo, mas recorda que esses carismas não pertencem à pessoa, não são permanentes e não conferem status espiritual. São graças dadas em favor dos outros e inteiramente dependentes da vontade de Deus. O ministro de cura nunca pode se considerar “dono” de um carisma. Seu papel não é produzir milagres, e sim oferecer-se como instrumento humilde. Quando Deus concede curas, faz isso para confirmar a fé, fortalecer a evangelização e revelar sua misericórdia. Quando não concede, também manifesta seu amor, conduzindo o enfermo por um caminho de maturidade e comunhão com Cristo.
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A tradição da Igreja deixa claro que a oração de cura não substitui os meios naturais e médicos. Pelo contrário, deve caminhar em harmonia com eles. Esse princípio protege o fiel de ilusões e preserva a integridade do ministério. O ministro é chamado a incentivar o cuidado médico, a orientar o enfermo a não abandonar tratamentos e a compreender que Deus também age através da ciência. Isso impede que o pedido de cura se transforme em superstição ou fuga da realidade. A oração cristã nunca dispensa a responsabilidade humana; ela a eleva, purifica e ilumina.
Por fim, o ministro de oração precisa manter um coração profundamente pastoral. A doença é uma realidade que fragiliza, confunde e, muitas vezes, leva à solidão. O serviço de cura não é apenas um momento de oração; é uma forma de acolhimento. A presença do ministro deve revelar a ternura de Cristo, sua compaixão, sua escuta e sua paciência. A Instrução recorda que todo sofrimento pode se tornar participação na cruz e na glória do Senhor. Cabe ao ministro ajudar o enfermo a descobrir essa verdade, sem impor, sem pressionar e sem criar expectativas irreais. A cura é graça; o consolo é graça; a fortaleza é graça. O ministro precisa estar disposto a ser instrumento de todas elas.



Respostas de 3
Lindo artigo. Parabens
Goastei muito deste materia
Bom dia.
Muito bom .
Que Deus abençoe grandemente.