“Você é a Minha Ruína”: O Que o Diabo Confessou à Auxiliar de Padre Amorth

O presente texto foi traduzido do espanhol do site da Agência Católica de Notícias (CNA). O original está no site ACI Prensa, em 02 de junho de 2025.

A Irmã Angela Musolesi nasceu na pequena cidade italiana de Budrio em 8 de dezembro de 1954, ano do centenário da proclamação do dogma da Imaculada Conceição.

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A freira franciscana Irmã Angela colaborou durante 28 anos com o renomado padre e exorcista italiano Gabriele Amorth. Para dar continuidade ao legado de Amorth, que faleceu em 16 de setembro de 2016, em Roma, aos 91 anos, ela fundou a associação Filhos da Luz.

A editora São Paulo acaba de publicar o livro em espanhol da Irmã Angela, “Você é a Minha Ruína”, um volume que explica as causas da possessão demoníaca e oferece ferramentas eficazes para confrontar as ações do diabo.

A Irmã Angela faz isso com especial referência à família, um campo no qual Nossa Senhora de Fátima profetizou que a batalha final do demônio contra Deus e a humanidade será travada.

A poucos metros da estátua do anjo caído no Parque do Retiro, em Madri, a Irmã Angela conversou com a ACI Prensa, parceira da CNA em notícias em espanhol, sobre seu trabalho mais recente.

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ACI Prensa: Quando o diabo lhe diz “Você é a minha ruína”, é uma voz desesperada do diabo ou uma tentação para inflar o seu ego?

Irmã Angela: Não, é um medo que o diabo tem de mim… ele me teme, assim como temia o padre Gabriele Amorth.

ACI Prensa: Como é possível que o diabo tenha medo de um ser humano?

Irmã Angela: Porque temos Jesus dentro de nós, temos a ressurreição de Jesus dentro de nós. [O diabo] sabe disso muito bem e, às vezes, nos diz: “Sabemos que vocês já nos derrotaram”. Falamos em nome de Jesus, então já derrotamos todos os demônios, embora talvez sintamos um pouco de medo às vezes. Eu não sinto.

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ACI Prensa: Mas você e o Padre Amorth são os Navy SEALs (a força de elite da Marinha dos Estados Unidos) no confronto com o diabo. Como nós, católicos comuns, podemos fazer o diabo nos temer?

Irmã Angela: Com a ação do Espírito Santo. O Espírito Santo incomoda muito o demônio. É o Espírito de Jesus ressuscitado. Às vezes, quando oro por alguém, invocando o Espírito Santo, o demônio grita: “Você está me machucando, você está me machucando”. Somente com o Espírito Santo. Quanto mais temos o Espírito Santo dentro de nós, mais temos a coragem de Jesus. Como diz São Paulo na Segunda Carta a Timóteo: “Deus não nos deu um espírito de medo, mas de coragem, de força, de sabedoria, de luz”.

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ACI Prensa: Seu livro tem como objetivo compreender melhor o inimigo. Por que esse objetivo é importante?

Irmã Angela: Para entendermos suas ações, como ele age no mundo e dentro de nós, em nossas mentes. Porque ele tenta atacar principalmente as faculdades intelectuais e, por meio delas, o coração. Da mente, da cabeça, através do cérebro, ele nos confunde.

A ação mais disseminada no mundo é a de Lúcifer, o espírito da confusão mental, do obscurecimento da inteligência, da incapacidade de tomar decisões e, consequentemente, da loucura, do suicídio e da morte. É isso que acontece com os jovens que não têm mais Jesus como ponto de referência.

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ACI Prensa: Você começou seu apostolado nas prisões. O diabo se move bem atrás das grades?

Irmã Angela: Ele se adapta bem à sociedade. Certamente, os prisioneiros, os condenados, são os que mais sofrem. Mas posso dizer que, quando estive na prisão por 10 anos, eu ia até eles e levava Jesus. Eu invocava o Espírito Santo, oferecia orações de libertação e cura, e na vez seguinte os prisioneiros me perguntavam: Irmã, você ainda faz essa oração?

ACI Prensa: Você também tem um grande apreço pelo ecumenismo.

Irmã Angela: Com certeza, sim.

ACI Prensa: Será que os diferentes grupos cristãos têm mais semelhanças na forma como concebem o diabo do que em outras questões doutrinárias? Será este um ponto de unidade que favorece a comunhão?

Irmã Angela: Sim, absolutamente. Também porque, por exemplo, nossos irmãos evangélicos e protestantes em geral têm grande devoção ao Espírito Santo. E o Espírito Santo, como já dissemos, é o que mais incomoda o diabo, porque é o espírito de Jesus. Este é um ponto em comum. Até mesmo a parte final da Oração do Senhor — “livra-nos do mal”. Quando o diabo se manifesta, e isso é repetido várias vezes, o faz gritar.

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O mais difícil é fazer o diabo se manifestar, tornar-se visível através de uma pessoa que pratica uma ação demoníaca. Mas a ação mais comum do diabo é a ação ordinária: a confusão mental. Ela faz as pessoas acreditarem que ele não existe, faz com que acreditem que ele não cria problemas.

O ensinamento que o Padre Gabriele Amorth já difundiu é importante porque diz: Vejam, o diabo está agindo no mundo. Precisamos falar mais sobre ele, e todos devem aplicar as palavras de Jesus: “Quem crê em mim deve — não pode, deve — ordenar ao diabo, curar os enfermos e ressuscitar os mortos”.

Portanto, qualquer um de nós, leigo, freira ou padre, deve ordenar ao diabo sem medo. Esse ensinamento é por vezes contestado na Igreja Católica, pois há padres que afirmam que não, que um padre, uma freira ou um leigo não podem fazer isso.

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Mas Jesus foi claro. Jesus disse: “Quem crê em mim não deve temer o diabo”, e deve praticar essas coisas. Essa é a novidade do ensinamento do Padre Gabriel Amorth, que estamos dando continuidade. Digo “nós” porque fundei os Filhos da Luz durante a vida dele, e estamos dando continuidade aos seus ensinamentos.

ACI Prensa: Conte-nos algo especial sobre o livro que incentive as pessoas a lê-lo. O que há de novo neste livro?

Irmã Angela: Mais do que uma explicação sobre o diabo, este livro trata de como se libertar dele, como libertar casamentos. Explica muito bem como reconhecer a ação do diabo em casamentos à beira do colapso. Explica o que uma pessoa, um leigo, uma esposa pode fazer pelo marido se ele tiver dificuldades com a fidelidade, ou o que uma mãe pode fazer pelos filhos. Isso é muito importante; o livro é importante por essa razão. É a aplicação prática de como se libertar da ação do diabo.

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