Quando Albino Luciani esperava uma abertura de Paulo VI sobre a pílula anticoncepcional

Quando Albino Luciani esperava uma abertura de Paulo VI sobre a pílula anticoncepcional

 

A Rádio Vaticano [1], através do narrador Andrea Tornielli, produziu um podcast com documentos inéditos confirmando que o Cardeal Albino Luciani, futuro Papa João Paulo I, esperava a liberação da pílula anticoncepcional por parte de São Paulo VI.

 

O Cardeal Albino Luciani, que foi elevado ao trono de Pedro com o nome de João Paulo I, esperava que a pílula anticoncepcional fosse liberada por São Paulo VI para uso dos fiéis. Quem afirma isso é o próprio Dom Luciani, em um áudio gravado para uma paróquia, no ano de 1968. Nesse áudio, brilhantemente recuperado pela Rádio Vaticano, ouviremos da voz de Dom Luciani seu desejo de que Paulo VI tomasse uma decisão liberalizante sobre o uso da pílula anticoncepcional. Após a publicação da encíclica Humanae vitae, Luciani passou a defender o documento, fazendo suas as razões do Papa.

 

Qual é o ensinamento da Igreja a respeito dos anticoncepcionais?

Aprendemos no Catecismo da Igreja Católica (CIC) que os meios de contracepção aceitos como moralmente aceitáveis são os métodos naturais.

Todo método que se oponha ao método natural, é intrinsecamente mal e não pode ser aceito. Isto inclui os anticoncepcionais:

 

“A continência periódica, os métodos de regulação da natalidade baseados na auto-observação e nos recursos aos períodos infecundos (HV 16) estão de acordo com os critérios objetivos da moralidade. Estes métodos respeitam os corpos dos esposos, animam a ternura entre eles e favorecem a educação de uma liberdade autêntica. Em compensação, é intrinsecamente má “toda ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou também durante o desenvolvimento de suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação.” [2]

 

Os noivos, objetivando a maternidade e paternidade responsáveis, podem querer espaçar o nascimento dos filhos, mas não podem tomar essa decisão baseados no egoísmo e devem lembrarem-se com a responsabilidade que objetiva que tem para a transmissão da vida:

 

“Um aspecto particular desta responsabilidade diz respeito à regulação da procriação. Os esposos podem querer espaçar o nascimento dos seus filhos por razões justificadas (117). Devem, porém, verificar se tal desejo não procede do egoísmo, e se está de acordo com a justa generosidade duma paternidade responsável. Além disso, regularão o seu comportamento segundo os critérios objetivos da moralidade:

 

Quando se trata de conciliar o amor conjugal com a transmissão responsável da vida, a moralidade do comportamento não depende apenas da sinceridade da intenção e da apreciação dos motivos; deve também determinar-se por critérios objetivos, tomados da natureza da pessoa e dos seus atos; critérios que respeitem, num contexto de autêntico amor, o sentido da mútua doação e da procriação humana. Tudo isto só é possível, se se cultivar sinceramente a virtude da castidade conjugal.” [3]

 

O Papa Luciani será beatificado pela Santa Igreja no próximo dia 04 de setembro. João Paulo I foi Papa por apenas 33 dias, tendo falecido de ataque cardíaco durante o sono, com 65 anos de idade.

 

 

Referências

[1] Famiglia Cristiana
[2] CIC 2370 e Humanae Vitae 16.
[3] CIC 2368.

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