A cura de almas do Pároco X O ministério do Exorcista

A cura de almas é um trabalho essencial do Pároco, sacerdote responsável por uma parcela do povo de Deus que se chama “Paróquia”.

A elucidação do que é a cura de almas torna-se clara quando compreendemos o âmbito do serviço pastoral do sacerdote que atende as confissões. Não somente por tratar-se de um sacramento de cura, mas porque através dele acontecem muitas curas e libertação nas almas. A cura de almas também é exercida nos colóquios com os fiéis – homilias e pregações – e na direção espiritual.

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O Código de Direito Canônico orienta com clareza sobre quem deve ser o cura de almas:

“O ofício que importa a plena cura de almas, para cujo desempenho se requer o exercício da ordem sacerdotal, não pode ser conferido validamente a quem ainda não tiver recebido o sacerdócio.”
CDC, Cânon 150.

A responsabilidade que o Pároco possui com a comunidade do povo de Deus é de Pastor, confiada para exercer a cura das almas:

“O pároco é o pastor próprio da paróquia que lhe foi confiada, e presta a cura pastoral à comunidade que lhe foi entregue, sob a autoridade do Bispo diocesano, do qual foi chamado a partilhar o ministério de Cristo, para que, em favor da mesma comunidade, desempenhe o múnus de ensinar, santificar e governar, com a cooperação ainda de outros presbíteros ou diáconos e com a ajuda de fiéis leigos, nos termos do direito.”
CDC, Cânon 519.

O fiel adquire o seu pároco pelo simples fato de residir em onde mora (Cf. CDC, Cânon 107).

A cura de almas ou cura pastoral é um importantíssimo ofício do Sacerdote, que recebe do Bispo Diocesano a missão de cuidar daquela parcela do povo de Deus que se chama Paróquia. O trabalho diário encontra os seus entraves no cotidiano da vida agitada das pessoas, onde a Igreja está inserida no mundo. Daí, o importante papel desse Sacerdote em acompanhar o seu rebanho e, não raras a vezes, se deparar com os atormentados pelo demônio.

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São muitas as pessoas que procuram os párocos para dizer a eles que se sentem vítimas de ataques demoníacos mas, pela graça de Deus, não são muitos chegam a esse estado.

Às vezes, o dia-a-dia do Pároco faz com que tome atitudes apressadas, por conta do enorme número de fiéis que lhe são confiados. Isso encontra graves problemas pastorais, prejudiciais ao processo de libertação de uma pessoa. Para o Padre Francesco Bamonte, ICMS , Presidente da Associação Internacional dos Exorcistas, através da experiência prática dos Exorcistas, identifica-se “que se um Sacerdote em cura de almas envia um fiel a um Exorcista de modo apressado e superficial (pensando talvez dentro de si: tanto será o Exorcista a resolver o caso!)”[1], acontecerão situações podem fugir do controle, a saber:

  • causa quase sempre uma perda de tempo para todos;
  • pode provocar nos fieis insatisfeitos a perda de fé nos ministros da Igreja, para não dizer raiva que sentirão eventualmente depois dizer pelo Exorcista que não têm necessidade do seu ministério;
  • enfim, pode produzir danos também irreparáveis em alguns sujeitos psicologicamente frágeis, os quais permanecerão irremovivelmente convencidos, pela sugestão dada a eles pelo Sacerdote, de serem vítimas de uma ação extraordinária do demônio e assim passam de um Exorcista a outro, convencidos de dever procurar um “mais forte” que os liberte.[2]

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O trabalho do Pároco será de excelente valia quando souber, através de elementos básicos de formação e compreensão, distinguir num primeiro discernimento sobre a real situação da pessoa que se apresenta diante dele em relação a ação extraordinária do demônio.

Frisamos que esse primeiro discernimento não tem o objetivo de adquirir a certeza moral de que aquela pessoa está sofrendo com a ação extraordinária do demônio!

Essa tarefa cabe unicamente ao Exorcista diocesano, devidamente investido. A função do Pároco será reunir elementos básicos, que indicarão a necessidade de um primeiro encaminhamento ao Exorcista.

Trazemos o alerta que Padre Bamonte nos faz a respeito dos exageros:

“Há Sacerdotes que, só porque uma pessoa conta de ter estado em magos, cartomantes, feiticeiros, xamãs ou de haver feito uma sessão espírita ou de ter recebido uma maldição verbal de um genitor, consideram de encontrar-se diante de pessoas vítimas de ataques diabólicos extraordinários e dever já enviar aquela pessoa a um exorcista. Este é um grave erro! É só a partir dos efeitos que uma eventual presença e atividade extraordinária do demônio que se faz o diagnóstico e se pode suspeitar de tal ação, não dos fatos que poderiam ser as possíveis causas desta ação.” [3]

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O Sacerdote Exorcista, por sua vez, atua no âmbito da sua diocese, com permissão expressa para tal encargo e deve receber as pessoas que lhe são encaminhadas pelos Párocos, a fim de realizar o discernimento adequado, com as ferramentas que lhe são postas à disposição. Esse discernimento não é feito somente na base da oração e da escuta, mas analisando os fenômenos e procurando encontrar as suas causas. Excluindo-se a possibilidade de qualquer explicação natural, o Exorcista começa a formar a certeza moral de que ali há uma presença diabólica. Para dirimir eventuais dúvidas, pode realizar um exorcismo diagnóstico, que não será uma sessão completa de exorcismo maior, mas com orações próprias que só ele está autorizado a proferir, recitá-la-ás sobre a pessoa, com o propósito de chegar a um diagnóstico final.

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O acompanhamento do possesso em cura de almas

O possesso, após diagnosticado seu estado, passará por sessões regulares de exorcismo maior. Mas não será o exorcista a realizar a sua cura de almas. Essa pessoa deve ser inserida na vida paroquial, se possível com o auxílio do eu Pároco, que sabedor do caso, proporcionará meios para que não seja exposta e nem deixe de viver os sacramentos. Em casos mais graves, se o Exorcista julgar conveniente, não liberará a pessoa da participação em missas com o povo, mas aconselhará que em comunhão com seu Pároco encontrem uma forma para que não fique privada dos sacramentos. Talvez, uma missa com menor número de fiéis, que esclarecidos da real situação em que se encontra, possam ajudar com a oração e o apoio para participação na vida paroquial. O Bispo diocesano ainda poderá permitir que devidamente preparado pelo Exorcista diocesano, o Pároco – em situações de emergência- possa realizar o exorcismo maior em consonância com as regras vigentes. Não havendo solução aparente, poderá o Exorcista realizar a cura de almas, mas diante da quantidade elevada de casos que se apresentam para análise, os possessos que já estão sendo exorcizados e os compromissos de Pároco, ele não é capaz de suprir essa necessidade.

O Pároco e o Exorcista são Sacerdotes de uma diocese. Quando caminham unidos, muito bem podem fazer ao povo sofrido de Deus.

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Citações

[1], [2] e [3] CRITÉRIOS DE DISCERNIMENTO OFERECIDOS AOS PASTORES DE ALMAS PARA COMPREENDER SE UMA PESSOA DEVE SER SUBMETIDA À AVALIAÇÃO DE UM SACERDOTE EXORCISTA, Convenção da Associação Internacional dos Exorcistas, 2018, Roma

 

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