A mística, admirável e oficialmente Venerável Clara Isabel Fornari, foi uma monja Clarissa (Ordem fundada por Santa Clara de Assis) que viveu entre os anos de 1697 e 1744, falecendo aos 47 anos de idade no Mosteiro Clarissa de São Francisco, em Todi, na Itália, o mesmo em que permaneceu desde os quinze anos de idade.
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Ana Felícia Fornari, decidiu-se definitivamente pela vida religiosa ao ingressar no convento de Todi no ano de 1712, adotando o nome de Irmã Clara Isabel Fornari. Desde então, sua vida foi uma série de acontecimentos místicos e tentações extraordinárias do demônio, que viu nessa alma tamanha santidade e fazia dos mais terríveis escrúpulos para atacá-la. Para termos dimensão da importância dessa pequena e humilde irmã, é atribuída a ela a repercussão do título de Nossa Senhora da Confiança, sendo a mesma tão íntima de Nosso Senhor Jesus Cristo que nutria essa particular e milagrosa devoção à sua benditíssima Mãe.
Em seu portfólio de beatificação, há ali relatos de testemunhas oculares dos incríveis acontecimentos que Clara passou durante sua vida, tais como: Frequentes êxtases espirituais, carregar em si os estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo e chegou a passar por momentos de extrema escuridão espiritual, os quais ocorreram principalmente quando se aproximava de sua morte. Um estigma em particular que carregava, a coroa de espinhos de Nosso Senhor, era a coroa cujos espinhos cresciam para o interior, saindo pela fronte, desprendendo-se e caindo ensanguentados. Ademais, recebia numerosas visitas de Nosso Senhor, da Santíssima Virgem, de Santa Clara e de Santa Catarina de Sena. No decorrer duma delas, Jesus meteu-lhe no dedo o anel que simbolizava o seu compromisso espiritual.
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Porém, tamanha misticidade instigou uma raiva particular do demônio a essa santinha, que era frequentemente atormentada pelos espíritos malignos de formas extraordinárias. Desde o noviciado, o demônio tentava-a com o desespero e o suicídio; depois, maltratava-a, a ponto de atirá-la pelas escadas abaixo, e tentava tirar-lhe a fé de muitas maneiras, as torturas e perseguições demoníacas que sofreu recordam as que, anos depois, veio a padecer o São Cura D’Ars e Padre Pio.
Não por menos, afinal, Clara tinha durante seus êxtases conversas muito íntimas e profundas com Nosso Senhor e também com Nossa Senhora, inclusive têm-se em histórico que em seus encontros, Nossa Senhora lhe transmitiu promessas àqueles que venerarem e honrarem o título de Maria sob Nossa Senhora da Confiança.
A pequena Clarissa em questão acabou por tornar-se Madre do convento de São Francisco em Todi e ali deixou seu legado, sua retidão, intimidade com Deus e a sua missão tão singular na história da igreja. Contudo, nada disso fez com que ela fosse livre dos assaltos e tentações do demônio, mas sua maturidade e santidade venceu com sabedoria e humildade cada um deles e a fortaleceu espiritualmente.
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De tal forma, hoje já na Pátria Celeste, nossa querida Clara intercede por nós: a sua luta contra o demônio deve nos inspirar a lutarmos virtuosamente contra as insidias e tentações e, assim com confiança em Deus e a Virgem Maria, ela nos deixa a devoção oficialmente reconhecida de Nossa Senhora da Confiança que posteriormente tornou-se padroeira do Seminário Maior de Roma.
“Quando o famoso quadro [de Nossa Senhora da Confiança] do Seminário Romano ali chegou, vinha acompanhado de um antigo pergaminho, conservado intacto até nossos dias, o qual traz consoladoras palavras da Irmã Clara Isabel: “A divina Senhora dignou-Se conceder-me que toda alma que com confiança se apresentar ante este quadro, experimentará uma verdadeira contrição dos seus pecados, com verdadeira dor e arrependimento, e obterá de seu diviníssimo Filho o perdão geral de todos os pecados. Ademais, essa minha divina Senhora, com amor de verdadeira Mãe, se comprouve em assegurar-me que a toda alma que contemplar esta sua imagem, concederá uma particular ternura e devoção para com Ela”. (Historias de Nossa Senhora, 2014)
Segundo a história demonstra, um dos relatos que podemos inserir de milagres por tão singela devoção é a de:
“Entre os fatos prodigiosos mais insignes contam-se as duas vezes (1837 e 1867) em que uma epidemia de cólera atingiu a Cidade Eterna, mas o Seminário Romano foi milagrosamente poupado pela poderosa intercessão de sua Padroeira. Além disso, na Primeira Guerra Mundial, cerca de cem seminaristas foram enviados à frente de batalha e se colocaram sob a especial proteção da Madonna della Fiducia. Todos retornaram vivos, graça que atribuíram à proteção da Santíssima Virgem. Em agradecimento, entronizaram o venerável quadro numa nova capela de mármore e prata.”
Nesses tempos atribulados que estamos atravessando de pandemia, assim como a tantos irmãos e irmãs que também padecem pelos ataques do demônio, que a Venerável Clara Isabel Fornari interceda por nós e nos inspire a buscar auxílio na Mãe de Deus tal qual ela a buscou e que possamos sempre lembrar das palavras da Venerável Santinha à Virgem Maria na qual deixou a devoção.:
“Ó Maria! Em vossas mãos ponho esta súplica (pede-se): abençoai-a e depois apresentai-a a Jesus; fazei valer o vosso amor de Mãe e o vosso poder de Rainha. Ó Maria! Eu conto com o vosso auxílio. Confio em vosso poder. Entrego-me a vossa vontade. Estou seguro (a) de vossa misericórdia. Ó Mãe de Deus e minha. Rogai por mim. Nossa Senhora da Confiança, rogai por nós que recorremos a Vós!.”
Clara Isabel ainda toma parte na história da Devoção de Nossa Senhora Menina na região Italiana, sendo escultora da primeira imagem da devoção, a pedido de Beato Bernardo, o fundador da Congregação dos Monges Olivetanos e iniciador da devoção à Nossa Senhora Menina.
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Atualmente, adota-se o dia 24 de fevereiro como dia de Nossa Senhora da Confiança, instituído por Papa Bento XV, sendo este mesmo Papa responsável por intitular Clara Isabel Fornari como Venerável.
Venerável Clara Isabel Fornari, rogai por nós!
