Anneliese Michel: a Alemanha ainda não endendeu nada

É estarrecedor ver o que acontece a cada dia na Alemanha, com o modernismo sendo implantado na Igreja a passos largos. Sob o pretexto de que a “Igreja deve se adequar aos novos tempos”, tanto bispos quanto fiéis arvoram-se por tentar implantar uma nova forma de pensar na Igreja, que distribui até a comunhão para divorciados recasados e protestantes.

O que nos chama ainda mais a atenção é que o caso Anneliese Michel, o famoso caso Klingenberg, que na década de 70 levou ao banco dos réus os dois padres encarregados do exorcismo, junto dos pais da jovem, não tenha ensinado nada para a Igreja e os católicos alemães.

Em artigo publicado no site katolische.de por Christian Wölfel, o caso é tratado com desdém, como sendo o catalisador da mudança do ritual de exorcismos na Igreja. Nada mais falso!

O que aconteceu foi um ataque deliberado ao bispo de Wuzburg, Dom Josef Stangl e aos padres encarregados do exorcismo, Arnold Renz e Ernest Alt. Além disso, eles foram sentenciados a 6 meses de prisão por um Tribunal alemão por supostamente terem deixado uma jovem enferma mental morrer de inanição, enquanto tratavam uma suposta possessão diabólica. Sobre o caso, já escrevemos por aqui a respeito, mas é de admirar que ainda seja divulgado amplamente no país que Anneliese Michel era uma doente mental, enquanto as evidências deixam claro não se tratar disso. Ao menos para quem realmente entende do assunto e não quer colocar a ciência na frente de Deus. Claro também é que o caso deveria ter sido conduzido pelos sacerdotes com um pouco mais de sobriedade, mas não há que se falar em doença mental quando se está diante da autêntica possessão diabólica.

Outro ponto importante foi que, assim como é aqui no Brasil, também na Alemanha as pessoas erradas muitas vezes querem “ajudar” em casos de possessão. Mal a jovem tinha acabado de ser sepultada, uma religiosa procurou pela família e os padres alegando ter tido uma “visão” do corpo intacto de Anneliese, o que os levou a fazer uma exumação dos restos mortais da jovem, a fim de atestar o caráter sobrenatural de sua “doença” e comprovar do que, de fato, ela sofria. A situação gerou ainda mais escândalo no país, já que o corpo estava em avançado estado de decomposição.

Os áudios do exorcismo foram distribuídos em escolas alemãs

O artigo de Wölfel também explica que no passado, os aúdios dos diálogos dos exorcistas com os demônios eram distribuídos nas escolas para provar para as novas gerações a existência do mal e como as inovações promovidas pelo Concílio Vaticano II são prejudiciais. O artigo chama Annelise de “vítima de um exorcismo” e dedica-se a demonstrar o quanto a Alemanha, desde a década de 70, fechou-se à possibilidade do sobrenatural e da existência do mal. Percebemos que isso se mostra muito claramente nos dias de hoje, com a batalha que trava a Conferência Episcopal alemã para que a Igreja se abra à modernidade e aceite “novas formas de viver a vida e frequentar os sacramentos”.

Anneliese é tratada pelos alemães como epilética: fim de papo!

A família e o exorcista de Anneliese, Padre Arnold Renz, são descritos como pessoas que “não reagiram” aos sintomas de epilepsia que a jovem apresentava. Esquecem-se, contudo, que os remédios receitados e os diagnósticos apresentados não faziam sentido, uma vez que a pobre jovem não estava melhorando, tendo passado por vários médicos que ao final de tudo, no banco dos réus, voltaram atrás de suas incompreensões a fim de não mancharem suas reputações.

O bispo de Würzburg, Dom Josef Stangl (1907 a 1979), que por sinal foi quem ordenou bispo Pe. Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI), até hoje é questionado sobre o porquê de ter autorizado o grande exorcismo numa jovem epilética. Contudo, ao nos debruçarmos sobre o caso, como fez a antropóloga falecida Dra. Felicitas Goodman, percebemos que não se tratava de uma doença mental e sim, possessão diabólica.

Ainda há padres sóbrios na Alemanha

Diante de tantos absurdos, vemos ainda se levantar a voz de uma padre que compreende do que se tratam as doenças e a possessão diabólica. O Pe. Helmut Moll é o representante da Arquidiocese de Colônia para beatificações e canonizações, além de historiador, exegeta e especialista em exorcismo.

Em uma entrevista recente para o mesmo veículo de mídia alemã, respondeu com clareza ao ser perguntando sobre o por quê de as pessoas na Alemanha acreditarem que o diabo é fruto da imaginação:

“Somente os contemporâneos ignorantes ou que pensam superficialmente consideram as forças demoníacas como contos de fadas ou fantasias. Os abismos do homem moderno são óbvios nas condições do presente. Por que um piloto mergulhou, consciente e intencionalmente, a si mesmo e a seus passageiros para a morte nos Alpes, há um ano? Que forças, por exemplo, levaram Adolf Hitler, Josef Stalin ou Pol Pot a assassinar violentamente milhões de pessoas?”

Nunca nos esqueçamos de que existem as doenças, mas existe também a atividade extraordinária do demônio.

 

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