Morre teólogo suíço que propôs a desobediência dos bispos ao Papa

O teólogo suíço Hans Küng faleceu no último dia 06, em sua casa, em Tubingen, na Alemanha.

Küng era suíço, nascido em Sursee, na Suíça, em 19 de março de 1928 e tornou-se sacerdote em 1954. Estudou teologia e filosofia na Universidade Gregoriana, em Roma. Foi um dos teólogos especialistas a participar do Concílio Vaticano II, onde confrontou-se diretamente com o futuro Papa Joseph Ratzinger.

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O jovem teólogo acreditava que o Concílio Vaticano II faria uma renovação radical na Igreja, a ponto de transformar sua forma de ver certas questões, que para ele eram incômodas: celibato, sacerdócio feminino, contracepção, eutanásia, liturgia e hierarquia da Igreja.

O sacerdote suíço foi um grande causador de confusões ao criticar inúmeras vezes a doutrina da infalibilidade papal, dos contraceptivos, da liturgia da Igreja, sua organização e hierarquia, além de defender o fim do celibato para os sacerdotes.

Em 1979, a Congregação para a Doutrina da Fé cassou a sua licença para ensinar teologia católica, o que o fez passar a ensinar teologia ecumênica, seja lá o que isso queira dizer.

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Criticou inúmeras vezes São João Paulo II e o Papa Bento XVI e em 2005, mesmo com toda essa biografia, foi recebido pelo Papa Ratzinger em Castel Gandolfo, em 24 de setembro de 2005, para um encontro que discutiu dois temas muito importantes a respeito do trabalho do teólogo: a questão de Weltethos (ética mundial) e o diálogo da razão das ciências naturais com a razão da fé cristã.

No encontro, estabeleceu-se um consenso entre o Papa e o teólogo Küng de que não seria produtivo para ambos debater questões doutrinárias persistentes entre Hans Küng e o magistério da Igreja Católica.

Hans Küng lecionando na Universidad Nacional de Educación a Distancia

Hans Küng tinha um perfil revolucionário que não se encaixa no perfil católico. A Igreja não foi criada para ceder às pressões dos tempos e nem às influências externas. Jesus deixou muito claro, quando a instituiu, quais eram os seus limites e o que estava sob a responsabilidade do homem e a responsabilidade divina. Küng não pareceu compreender bem esse ponto, haja vista que em 2010 publicou uma carta chamada “epístola da desobediência”, onde incitava os bispos a desobedecer o Papa Bento XVI, chamando de reacionário, criticando o incentivo para celebrar a missa em latim e acusando-o de inundar a Cúria Romana e a Igreja com bispos tradicionalistas. Apesar de dizer-se um bom sacerdote católico, Küng não mediu esforços para confundir os católicos, expor doutrinas diversas do magistério, fazendo com que interpretações pessoais se sobrepusessem ao verdadeiro magistério e confundindo a cabeça dos fiéis com novas interpretações.

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Diante de tantas confusões, ainda assim no encontro de 2005 o Papa Bento XVI apreciou “o esforço do Professor Küng em contribuir para um renovado reconhecimento dos valores morais essenciais da humanidade através do diálogo das religiões e no encontro com a razão secular” (citado em Vatican News).

O Papa também agradeceu o esforço do Professor Küng por promover o diálogo com as religiões, mas não foi um encontro para pôr fim aos conflitos criados pelo teólogo. Permaneceram suas discordâncias quanto ao celibato sacerdotal, o sacerdócio feminino, a contracepção, a eutanásia, etc.

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Em um mundo distante de Deus como o nosso, onde para encontrar Sua verdadeira voz é necessário fazer calar as falsas, Küng com certeza não deixa um legado que deva ser reconhecido como caminho seguro para encontrarmos a  verdadeira fé.

Que o Justo Juiz tenha misericórdia de sua obra!

 

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