Nossa Senhora de Fátima: a mãe que cuida da humanidade

São João Paulo II foi um grande pastor para a humanidade. Foi ele quem enxergou a necessidade de consagrar à nossa Mãe, Maria Santíssima, a sofrida humanidade:

Ó Mãe dos homens e dos povos, Vós conheceis todos os seus sofrimentos e as suas esperanças, Vós sentis maternalmente todas as lutas entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas, que abalam o mundo, acolhei o nosso brado, dirigido no Espírito Santo diretamente ao vosso Coração, e abraçai com o amor da Mãe e da Serva do Senhor aqueles que mais esperam por este abraço e, ao mesmo tempo, aqueles cuja entrega também Vós esperais de maneira particular. Tomai sob a vossa proteção materna a família humana inteira, que, com enlevo afetuoso, nós Vos confiamos, ó Mãe. Que se aproxime para todos o tempo da paz e da liberdade, o tempo da verdade, da justiça e da esperança.” [1]

Hoje, dia da Mãe sob a aparição de Fátima, completam-se 4 anos da canonização dos videntes Francisco e Jacinta. Lembramos, também, que faz 16 anos que a Irmã Lúcia fez sua Páscoa, para unir-se com os Santos que estiveram com ela testemunhando as aparições da Mãe de Deus para toda a humanidade, na Cova da Iria.

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Em preparação para a beatificação dos Pastorinhos no ano 2000, São João Paulo II quis também revelar ao mundo – com a interpretação a Igreja – o terceiro segredo de Fátima. A fim de ser o mais fiel possível às revelações da doce Mãe de Deus, enviou até o Convento de Coimbra o Secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, Dom Tarcísio Bertone, para visitar a Irmã Lúcia e colher dela preciosas informações que serviriam como subsídio apropriado para a interpretação do segredo:

“Reverenda Irmã
Maria Lúcia
Convento de Coimbra

Na exultância das festas pascais, apresento-lhe os votos de Cristo Ressuscitado aos discípulos: ‘A paz esteja contigo!’
Terei a felicidade de poder encontrá-la no tão aguardado dia da beatificação de Francisco e Jacinta que, se Deus quiser, beatificarei no próximo dia 13 de maio.
Tendo em vista, porém, que naquele dia não haverá tempo para um colóquio, mas somente para uma breve saudação, encarreguei expressamente de vir falar consigo Sua Excelência Monsenhor Tarcísio Bertone, Secretário da Congregação para a Doutrina da Fé. É a Congregação que colabora mais diretamente com o Papa para a defesa da verdadeira fé católica, e que conservou, como saberá, desde 1957, a Sua carta manuscrita contendo a terceira parte do segredo revelado dia 13 de julho de 1917 na Cova da Iria, em Fátima.
Monsenhor Bertone, acompanhado pelo Bispo de Leiria, Sua Excelência Monsenhor Serafim de Sousa Ferreira e Silva, vem em Meu nome fazer-lhe algumas perguntas sobre a interpretação da ‘terceira parte do segredo’.
Reverenda Irmã Lúcia, pode falar abertamente e sinceramente a Monsenhor Bertone, que Me referirá diretamente as suas respostas.
Peço ardentemente à Mãe do ressuscitado pela Reverenda Irmã, pela Comunidade de Coimbra e por toda a Igreja.
Maria, mãe da humanidade peregrina, nos mantenha sempre estreitamente unidos a Jesus, Seu dileto Filho e nosso Irmão, Senhor da vida e da glória.
Com uma especial Bênção Apostólica.

Vaticano, 19 de Abril de 2000.
Joannes Paulus II” [2]

A terceira parte do segredo de Fátima foi escrita em 03 de Janeiro de 1944, por ordem do Bispo de Leiria e da Santíssima Mãe de Deus. Não foram feitas cópias e ela foi guardada em local apropriado pelo Bispo Diocesano.

A Igreja, sentindo a necessidade de tutelar melhor a revelação, solicitou que este fosse entregue ao Arquivo Secreto do Santo Ofício em 04 de Abril de 1957, avisada a Irmã Lúcia pelo Bispo de Leiria.

Os Papas João XXIII, Paulo VI e João Paulo II leram o conteúdo do segredo. Só esse último deu a ele o merecido destaque, tendo sido protagonista dos acontecimentos nele previstos.

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A visita à Irmã Lúcia, no Convento de Coimbra deve ser lembrada como um momento de grande alegria para a Igreja. Foi lá que ela pôde ver sua carta, escrita com a sua letra em 1944 e trazida pessoalmente pelo enviado do Papa. Sobre a interpretação do segredo, concordou com a interpretação dada pela Igreja:

“[…]consiste numa visão profética, comparável às da história sagrada. Ela reafirma a sua convicção de que a visão de Fátima se refere sobretudo à luta do comunismo ateu contra a Igreja e os cristãos, e descreve o imane sofrimento das vítimas da fé no século XX.” [3]

E sobre a pergunta “A personagem principal da visão é o Papa?”, respondeu a Irmã Lúcia que “Sim” e ainda contou o que  Santa Jacinta dizia ao ver o Santo Padre sofrendo:

“Coitadinho do Santo Padre. Tenho muita pena dos pecadores!” [4]

Reafirmando o caráter sobrenatural da visão que Nossa Senhora lhes proporcionou, disse a Irmã Lúcia:

“Não sabíamos o nome do Papa; Nossa Senhora não nos disse o nome do Papa. Não sabíamos se era Bento XV, Pio XII, Paulo VI ou João Paulo II, mas que era o Papa que sofria e isso fazia-nos sofrer a nós também.” [5]

Quando tomou conhecimento da mensagem do terceiro segredo e a partir dali, São João Paulo II passou a ser o principal promotor da sua eficácia. Não só porque ele próprio fora salvo pela Santíssima Virgem, mas porque Ela é a Mãe que cuida do mundo e do povo de Deus.

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O Santo Padre tornou-se o principal promotor da mensagem transmitida em Fátima, que culminou com a Consagração que ele fez dos homens e os povos ao Imaculado Coração de Maria, em 25 de Março de 1984, na Praça de São Pedro, unido aos Bispos do mundo todo.

A mensagem de Fátima

As três partes do segredo de Fátima possuem muita coisa em comum. O Cardeal Joseph Ratzinger, encarregado pelo Papa de interpretar os segredos, escreveu:

“Do mesmo modo que tínhamos identificado, como palavra-chave da primeira e segunda parte do ‘segredo’, a frase ‘salvar as almas’, assim agora a palavra-chave desta parte do ‘segredo’ é o tríplice grito: «Penitência, Penitência, Penitência! » Volta-nos ao pensamento o início do Evangelho: ‘Pænitemini et credite evangelio’ (Mc 1, 15). Perceber os sinais do tempo significa compreender a urgência da penitência, da conversão, da fé. Tal é a resposta justa a uma época histórica caracterizada por grandes perigos, que serão delineados nas sucessivas imagens. Deixo aqui uma recordação pessoal: num colóquio que a Irmã Lúcia teve comigo, ela disse-me que lhe parecia cada vez mais claramente que o objetivo de todas as aparições era fazer crescer sempre mais na fé, na esperança e na caridade; tudo o mais pretendia apenas levar a isso.” [6]

De todas as mensagens da Virgem Santíssima, Fátima tem o poder de nos fazer lembrar o caráter maternal com que Nossa Mãe do céu guarda a humanidade. Ela pediu que rezemos, nos convertamos, façamos penitência e voltemos o coração para Jesus. Esse carinho de Mãe ela demonstrou cuidando do Santo Padre e acolhendo a sofrida humanidade com o mesmo amor que dedicou ao Seu Filho, Jesus.

Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós!

 

Referências

[1] Radiomensagem durante o rito, na Basílica de Santa Maria Maior, « Veneração, agradecimento, entrega à Virgem Maria Theotokos », em: Insegnamenti di Giovanni Paolo II, IV-1 (Città del Vaticano 1981), 1246; cf. L’Osservatore Romano (ed. portuguesa de 14-VI-1981), 302.
[2] CARTA DE JOÃO PAULO II À IRMÃ LÚCIA (texto original)
[3] Colóquio com a Irmã Maria Lúcia de Jesus e Coração Imaculado com o Secretário enviado de Sua Santidade João Paulo II.
[4] Idem.
[5] Idem.
[6] Comentário teológico do terceiro segredo de Fátima, feito pelo Cardeal Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

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