A violência da santidade

Não poderia deixar de partilhar esta história maravilhosa desta menina, Santa Maria Teresa Goretti, que nasceu em 16 de outubro de 1890, foi uma jovem católica italiana, venerada como santa e mártir, brutalmente assassinada aos 11 anos de idade em 06 de julho de 1902, ao recursar-se fornicar numa tentativa de estupro.

Em 5 de julho de 1902, Alessandro, então com 20 anos, encontrou a menina de 11 anos costurando, sozinha em casa. Ele entrou e a ameaçou de morte se ela recusasse a ter relações sexuais com ele. A intenção era estuprá-la, porém, ela não se submeteu e, mesmo após as investidas do rapaz, manteve-se resoluta em não pecar contra a castidade. Agarrada a força, ajoelhou-se, protestando que seria um pecado mortal e advertiu Alessandro de que a alma dele poderia ir para o Inferno se consumasse o ato de fornicação. Como ele não cedia, ela desesperadamente lutou para evitar o estupro, e gritava “Não! É um pecado! Deus não gosta disto!”. Alessandro primeiro tentou controlá-la, mas como ela insistia que preferia morrer a perder sua inocência, pureza e decência, ele a apunhalou 11 vezes. Ferida, Maria tentou alcançar a porta, mas ele a agarrou e deu mais três punhaladas, antes de fugir.

Inicialmente, Alessandro seria condenado à prisão perpétua, mas como era menor, a sentença foi comutada para 30 anos na prisão. Ele manteve-se isolado do mundo por três anos, sem demonstrar arrependimento algum pelo ocorrido. Até o bispo local, Monsenhor Giovanni Blandini visitá-lo na cadeia. Serenelli escreveu uma nota de agradecimento ao bispo, pedindo que o incluísse em suas orações e contando sobre um sonho que tivera, onde a santa lhe alcançava flores, que se queimavam imediatamente em suas mãos.
Após sair da prisão, visitou a mãe de Maria, Assunta, e implorou seu perdão. Ela respondeu que se a filha lhe havia perdoado em seu leito de morte, ela não poderia fazer diferente. No seguinte, ambos foram juntos a Santa Missa, recebendo a Eucaristia lado a lado. Ele foi aceito na Ordem dos frades Menores Capuchinhos, vivendo em um monastério e trabalhando como recepcionista e jardineiro até morrer tranquilamente em 1970. Referia-se a Maria como “sua pequena santa” e esteve presente na sua canonização.

Com os santos e mártires aprendemos grandes lições que servem para a nossa caminhada rumo à perfeição, rumo ao céu. De um trecho da Homilia pronunciada na canonização de Santa Maria Goretti, pelo Papa Pio XII.

“Aprendam os pais e mães de família como é necessário educar com retidão, santidade e firmeza os filhos que Deus lhes deu, e formá-los na obediência aos preceitos da religião católica; de tal modo que, se sua virtude for submetida a dura prova, possam superá-la, saindo dela vencedores, sem feridas e sem manchas, íntegros e incontaminados, com a ajuda da graça divina. Aprenda a alegre infância, aprenda a ardorosa juventude a não cair tristemente nos volúveis e vazios prazeres da paixão, a não ceder perante as seduções do vício; mas, pelo contrário, a lutar com entusiasmo, mesmo em situações difíceis e espinhosas, para alcançar aquela perfeição cristã de bons costumes. Todos nós podemos atingir de certo modo tal perfeição, com a força de vontade, ajudada pela graça divina, por meio do esforço, do trabalho e da oração”. Da Homilia pronunciada na canonização de Santa Maria Goretti pelo Papa Pio XII em 24 de junho de 1950.

Ainda da Homilia pronunciada na canonização de Santa Maria Goretti pelo Papa Pio XII em 24 de junho de 1950:
O céu é dos violentos!!! – no sentido daqueles que sofrem no seu íntimo a violência pelo ESFORÇO em viver uma vida virtuosa.


“De fato, nem todos somos chamados a sofrer o martírio; mas todos somos chamados a praticar as virtudes cristãs. A virtude, porém, requer energia; mesmo sem atingir as alturas da fortaleza desta angélica menina, nem por isso obriga menos a um cuidado contínuo e muito atento, que deve ser sempre mantido por nós até o fim da vida. Por isso, semelhante esforço bem pode ser considerado um martírio lento e constante. A isto nos convidam as palavras de Jesus Cristo: O reino dos céus sofre violência, e são os violentos que o conquistam (Mt 11,12)”.

Padre Afonso Maria da Cruz, sjs. Pároco da Paróquia Santo Antonio de Padua, Rio Verde, GO.

 

 

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