A fim de torná-la inofensiva e buscando através sincretismo religioso confundir as pessoas, desde os primórdios do desenvolvimento das seitas de matriz africana no Brasil, tenta-se associar Iemanjá com Nossa Senhora.
Convencionou-se associá-la com cinco aparições específicas: Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Piedade e a Virgem Maria. É muito triste que a doce e Imaculada Mãe de Deus seja comparada com Iemanjá.
A Mãe de Deus jamais será Iemanjá por um motivo muito simples: Iemanjá é cultuada na Umbanda e no Candomblé como um Orixá de origem africana, e Maria Santíssima não é e nunca foi um Orixá, pois nasceu em Nazaré, vivendo para dar à luz Jesus Cristo. Ela viveu e morreu, sendo assunta ao céu.
Além disso, a Virgem Santíssima não possui pecado. Para Bernardete Soubirous, na Gruta de Massabielle, em 25 de março de 1858 disse: “Eu sou a Imaculada Conceição”.
Quem é Iemanjá?
É uma entidade cultuada tanto no Candomblé quanto na Umbanda como a “deusa do mar”, chamada de “Sereia do mar”, “Mãe d´água. É atraída por conchas e estrelas do mar. Possui insígnias próprias, como o leque e a espada. A comida que lhe é ofertada pode ser pombo, milho verde, galo, bode castrado e as vestes em sua homenagem precisam contem branco, azul, rosa, com pulseiras “pingo d´água” de prata ou alumínio. O dia de seu culto é sábado e seu grito característico é hin-hi-ye-min. É considerada a Mãe de quase todos os Orixás. A ideia de catolicizar Iemanjá surgiu para diminuir a resistência aos cultos de matriz africana, misturando a fé católica com tais cultos, confundindo-a com Nossa Senhora.
Diversos nomes de Iemanjá
O nome Iemanjá tem origem no idioma africano yorubá, sendo o termo “Yéyé Omó Ejá”. Outros nomes: Dandalunda, Inaé, Ísis, Janaína, Marabô, Maria, Mucunã, Princesa de Aiocá, Princesa do Mar, Rainha do Mar, Sereia do Mar, Sereia, Dona Iemanjá, entre outros, dependendo do local.
Existem certos discursos de defesa da mudança no tom de pele de suas imagens, sempre negra. Em imagens mais esbranquiçadas, acusa-se o preconceito europeu pela mudança. Iemanjá possui vinculações próprias em suas imagens, que nada tem a ver com Nossa Senhora. Em algumas praias do Brasil possui santuários de adoração próprias e seu culto inicia com a caminhada rumo ao mar para saudá-la e ofertar-lhe presentes através do mar. Iemanjá gosta muito de presentes e seus adeptos acreditam que é uma forma de obter dela favores. Por se tratar de uma “deusa”, alguns círculos a comparam com a deusa grega Afrodite e a classificam quanto uma entidade tão ciumenta quanto.
