O Santo da juventude e do sorriso

“Reunia em si muitos dotes dificilmente encontráveis numa só pessoa. Era em verdade belo de alma e de corpo”. (Descrição do diretor espiritual, Padre Norberto Cassinelli, sobre São Gabriel de Nossa Senhora das Dores)

NASCIMENTO, INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Gabriel nasceu no dia 01 de março de 1838 e recebeu o nome de Francisco Possenti ao ser batizado em Assis, sua cidade natal. Quando sua mãe Inês Friscioti morreu, ele tinha quatro anos de idade e foi para a cidade de Espoleto onde estudou em uma instituição marista e Colégio Jesuíta, até aos dezoito anos. Isso porque, como seu pai Sante Possenti era governador do Estado Pontifício, precisava mudar de residência com frequência, sempre que suas funções se faziam necessárias em outro lugar.

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O temperamento amável e privilegiado não excluía o amor ao risco, tão comum na adolescência. O comandante da guarnição militar de Spoleto, grande amigo de seu pai, instruíra o jovenzinho a manejar com certeira pontaria a pistola e o fuzil. Sendo a caça seu lazer favorito, em um ano ganhou como presente de Natal uma bela escopeta… que não deixou de ocasionar sobressaltos e preocupações a seu pai.

Sobressaia a todos os companheiros. Ele “era o preferido para declamar nas soirées acadêmicas. […] Todos o queriam, tudo lhe sorria, tudo corria de acordo com seus desejos… Seu maior gosto era brilhar nas festas, nos saraus e no teatro”

Gostava muito de dançar. Também o baile constituía para ele grande motivo de atração. Dançava com tal habilidade que se tornou conhecido pelo apelativo de “il ballerino”, e como tal animava os mais cotados salões da cidade.

Esses momentos em que foram passados com insignificantes distrações, atormentaram depois sua consciência, levando-o a exclamar com frequência: “Ó vaidade de meus passatempos!… Que cegueira a minha! Eu não vivia senão por um pouco de fumaça!…

Após a morte da mãe, sua irmã mais velha, Maria Luísa fora para ele um de seus principais apoio. Muito formosa, encontrava-se ela na flor da idade quando surgiu em Spoletto uma assoladora epidemia de cólera, da qual foi a primeira vítima… A morte da jovem, ocorrida no ano de 1855, causou em Francisco o impacto de um raio.

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Disso se valeu a Providência de Deus para abrir-lhes os olhos sobre a sua vocação. Logo após o falecimento, ele expôs a seu pai a resolução de ingressar num convento. Este, entretanto, recusou sua autorização, temendo que tal desejo fosse o fruto transitório de um momento de dor. Receio, na aparência, confirmado, pois com o correr do tempo, as atrações do mundo, começaram a abafar de novo aquela inspiração interior”Podia eu – escrevia depois Francisco a um de seus companheiros – “ gozar de mais prazeres  e diversões? E o que ficou de tudo aquilo? Nada mais do que vergonha, temores e turbações.”     

 

 O ENCONTRO PESSOAL COM JESUS E MARIA

A graciosa cidade italiana de Spoleto, na Perúgia, acordou radiante de alegria numa manhã da Oitava da Assunção de Maria, em 22 de agosto de 1856. Seus habitantes celebravam com júbilo a festa da Padroeira, agradecendo de modo especial o terem sido libertos da peste que devastara a região nos últimos anos. Um belo quadro da Mãe de Deus, conhecido como a Madonna Del Duomo – Nossa Senhora da Catedral – ou a Sacro Ícone – Sagrada Imagem -, havia sido retirado de seu relicário para ser conduzido pelas ruas, em solene procissão.

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Não havia, naquelas animadas ruas, quem não caísse de joelhos ao ver desfilar com grande pompa a milagrosa imagem da Rainha do Céu. Todos esperavam receber d’Ela uma graça almejada, um consolo, uma bênção particular.

Entre a multidão dos fiéis, aguardando a passagem do venerado ícone, destacava-se, naquele dia, um jovem de porte distinto e jovial. Quando a Sagrada Imagem da Santíssima Virgem passou diante dele e seu olhar fitou os olhos arrebatadores da imagem, ouviu de modo claro em seu interior estas inesquecíveis palavras: “Francisco, o que fazes no mundo? Tu não foste feito para ele. Segue a tua vocação!”. Nesse momento, dando livre curso a abundantes lágrimas de agradecimento e compunção, tomou a firme resolução que há tempo vinha postergando: ser religioso, decidindo entrar na Congregação dos Passionistas.

 

VOCAÇÃO PASSIONISTA

Possuidor de um caráter jovial, sólida formação cristã e acadêmica, em 1856 ingressou na congregação da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, fundada por SÃO PAULO DA CRUZ, ou seja, os Passionistas. Sua espiritualidade foi marcada fortemente pelo amor a Jesus Crucificado e a Virgem Dolorosa.

Depois foi acolhido para o noviciado em Morrovalle, recebendo o hábito e assumindo o nome de Gabriel de Nossa Senhora das Dores, devido à sua grande devoção e admiração que nutria pela Virgem Dolorosa. Um ano após emitiu os votos religiosos e foi por um ano para a comunidade de Pievetorina para completar os estudos filosóficos. Em 1859 chegou para ficar um período com os confrades da Ilha do Grande Sasso.

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Após um ano e meio de noviciado, em fevereiro de 1858, Gabriel deu início aos estudos para o sacerdócio, passando a morar finalmente no Convento de Isola del Gran Sasso, onde viria falecer. Em 25 de maio de 1861, recebeu as ordens menores na Catedral de Penne, mas não chegou a tornar-se presbítero.

 

VIDA DE RELIGIOSO: AMOR À PAIXÃO DE NOSSO SENHOR

Durante sua vida de religioso, nele sobressaía, sem dúvida, um arraigado amor à Paixão do Senhor. Tal veneração sentia pelos sofrimentos de Jesus que nunca se separava do crucifixo: “Quando conversava, mantinha-o dissimuladamente na mão e o apertava com carinho; quando dormia, colocava-o sobre o peito; quando estudava, punha-o junto ao livro e, de vez em quando, o fitava e osculava com tanto afeto e fervor, que a imagem de metal foi-se gastando até ficarem apagados todos os traços da fisionomia”.

A essa devoção característica da congregação em que ingressara, no entanto, unia-se um amor “entusiasta, engenhoso e aceso à Santíssima Virgem”.

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AMOR E DEVOÇÃO À VIRGEM SANTÍSSIMA

São Gabriel de Nossa Senhora das Dores abriu o seu pequenino coração para viver o grande mistério da santa cruz unido ao Coração Imaculado de Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, a Mãe de todas as dores.

Seu famoso Credo di Maria revela-nos o encanto dessa alma totalmente apaixonada pela Mãe de Deus e nossa:

CREDO DI MARIA

 “Creio, ó Maria, […] que sois a Mãe de todos os homens. […] Creio que não há outro nome, fora do nome de Jesus, tão transbordante de graça, esperança e suavidade para aqueles que o invocam. […] Creio que quem se apoia em Vós não cairá em pecado, e quem Vos honra alcançará a vida eterna. […] Creio que vossa beleza afugentava todo movimento de impureza e inspirava pensamentos castos”.

Sua curta existência foi pontilhada de atos admiráveis, pois tudo praticava com espírito de inteira elevação e sublimidade: “Nossa perfeição não consiste em fazer coisas extraordinárias, mas em executar bem as ordinárias”, costumava dizer.

O mesmo S. Gabriel nos diz: “Recomendo-lhe uma firme e constante devoção a Nossa Senhora das Dores: lembre-se d’Ela frequentemente, e compadeça-se d’Ela nos seus sofrimentos. Por sua vez, esta Mãe de amor, que nunca se deixa vencer em generosidade saberá compadecer-se de si”.

Após um ano e meio de noviciado, em fevereiro de 1858, Gabriel deu início aos estudos para o sacerdócio, passando a morar finalmente no Convento de Isola del Gran Sasso, onde viria falecer. Em 25 de maio de 1861, recebeu as ordens menores na Catedral de Penne. Pelos misteriosos desíginios da Providência Divina, porém não chegaria a tornar-se presbítero.

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A PASSAGEM DE SÃO GABRIEL

No final DE 1858, foi acometido por uma terrível tuberculose. Ora, longe de impedir-lhe o avanço nas vias da virtude, a fatal enfermidade servia-lhe para escalar com mais rapidez o auge da santidade. Deus dispôs que ele fosse sendo consumido aos poucos pela doença, para aumentar-lhe os méritos e dar aos outros ocasião de se edificarem com seu exemplo.

No leito de morte, Gabriel enfrentou os últimos assaltos do demônio e a terrível provação de uma noite escura da alma. Dessas últimas provas, o Santo também saiu vencedor. O sacerdote que lhe assistia na hora suprema ouviu-o repetir três vezes, esta frase de São Bernardo, pela qual ele reconhecia sua própria fraqueza e a confiança em Jesus Cristo: Vulnera tua, merita mea. – Meus méritos são vossas chagas, Senhor!”

“Na manhã de 27 de fevereiro de 1862, com o coração transbordante de alegria, as mãos cruzadas sobre o peito, apertando o crucifixo e a imagem da Virgem Dolorosa, Gabriel sorriu pela última vez, extasiado, ao contemplar com os olhos da alma Aquela a quem servira na Terra com tanta doçura. O “santo do sorriso” tinha, então, apenas 24 anos de idade.”

Peçamos a intercessão deste poderoso santo, o jovem santo do sorriso, o santo da juventude , rezando com muita fé esta oração:

 

ORAÇÃO A SÃO GABRIEL DA VIRGEM DOLOROSA

Senhor Jesus, que inspirastes a São Gabriel fazer contínua memória das Dores de Vossa querida Mãe, e por meio dela o glorificastes com a santidade e as maiores graças.
Concedei a nós que, por sua intercessão e exemplo, associando-nos ao pranto da vossa Mãe, sob sua proteção materna, obtenhamos a eterna salvação. Amém.

São Gabriel da Virgem Dolorosa, rogai por nós!

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BEATIFICAÇÃO, CANONIZAÇÃO E O SANTUÁRIO DE SÃO GABRIEL DE NOSSA SENHORA DAS DORES

Foi beatificado em 1908, e canonizado em 1920 pelo Papa Bento XV, que o declarou exemplo a ser seguido pela juventude dos nossos tempos.

Foi declarado co-patrono da Ação Católica, pelo Papa Pio XI, em 1926 e padroeiro principal da região de Abruzzo, pelo Papa João XXIII, em 1959. O Santuário de São Gabriel de Nossa Senhora das Dores, é meta de incontáveis peregrinações e assistido pelos Passionistas, é um dos mais procurados da Itália e do mundo cristão. A figura atual deste Santo jovem, mais conhecido entre os devotos como o “Santo do Sorriso”, caracteriza a genuína piedade cristã inserida nos nossos tempos e está conquistando cada dia mais o coração de muitos jovens, que se pautam no seu exemplo para ajudar o próximo e se ligar a Deus e à Virgem Mãe.

 

CADERNO DE ANOTAÇÕES DE SÃO GABRIEL

As anotações deixadas por Gabriel de Nossa Senhora das Dores em um caderno que foi entregue a seu diretor espiritual, Padre Norberto, haviam sido destruídas. Mas, restaram de Gabriel: uma coleção de pensamentos dos padres; cerca de 40 cartas testemunhando sua devoção à NOSSA SENHORA DAS DORES um outro caderno, este com anotações de aula contendo dísticos latinos e poesias italianas.

Eis algumas frases de São Gabriel de Nossa Senhora das Dores:

FRASES DE SÃO GABRIEL DE NOSSA SENHORA DAS DORES.

“Tudo é graça, mesmo a desgraça; porém, como é dura por vezes a graça de Deus.”

“Sejamos brasas ardentes, em meio às cinzas.”

“Se Maria está por nós, quem contra nós.”

“Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora…!”

O mundo não é para Ti. Espera-te a vida Religiosa!.

“A alegria que desfruto dentro do convento é indizível”.

Um quarto de hora passado aos pés de Maria, nosso refúgio e nossa consolação, vale mais do que um ano de prazeres e divertimentos mundanos.”

“Vivo contente e, pensando em tão assinalada graça de Deus me concedeu, o meu único temor é de não saber corresponder a tamanha graça de Deus…”

São Gabriel de Nossa Senhora das Dores, rogai por nós!

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Referências:

Novena da Província de São Gabriel da Virgem Dolorosa

Colégio Passionista

 

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