STF julgará legalidade do aborto ainda este ano

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar a descriminalização do aborto até doze semanas ainda este ano.

A notícia foi veiculada através do site do notícias no grupo Globo no último fim de semana e demonstra uma tendência da corte em adentrar a pauta de costumes, a fim de tornar o aborto mais acessível para as mulheres.

A ADF 989 (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) foi ingressada no Supremo por quatro entidades da sociedade civil: Sociedade Brasileira de Bioética (SBB), pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), pelo Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) e pela Associação Rede Unida, que integram a “Frente pela Vida”.

A Frente pela vida sustentou que sabe que o assunto é delicado, mas “[…] que a legislação brasileira é clara ao afirmar o dever do Estado de assegurar o aborto nesses casos.”

O que você aprenderá neste artigo

Definindo o aborto
O pecado do aborto
A defesa da Igreja
Aborto no Satanismo
O caso de Possessão do Padre Rufus

 

Definindo o aborto

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o aborto como a interrupção voluntária ou involuntária de uma gravidez antes de o feto ter a capacidade de sobreviver fora do útero. Ela reconhece que o aborto é um tema sensível e complexo e defende ser um direito da mulher abordar essa questão e que ela seja discutida com políticas públicas adequadas.

Segundo a OMS, o aborto pode ser classificado em duas categorias principais:

Aborto seguro: é aquele realizado por pessoal de saúde treinado, utilizando métodos médicos ou cirúrgicos que são adequados ao estágio de desenvolvimento da gravidez e que seguem os padrões clínicos recomendados.

Aborto inseguro: ocorre quando o aborto é realizado por pessoas sem as habilidades necessárias ou em um ambiente que não está em conformidade com padrões médicos adequados.

Para a Igreja Católica, o aborto é definido como a interrupção deliberada e direta da gravidez em qualquer estágio, desde a concepção até o momento anterior ao nascimento. Ela considera o aborto um pecado grave porque envolve a destruição deliberada de uma vida em desenvolvimento. Por isso, promove uma abordagem proativa para a defesa da vida, oferecendo apoio e alternativas às mulheres em situações de gravidez indesejada, como adoção, assistência social e aconselhamento. Além disso, encoraja a educação sexual abrangente, o planejamento familiar natural e o uso de métodos contraceptivos moralmente aceitáveis para evitar gravidezes indesejadas.

Destaca-se que a Igreja Católica busca orientar, conscientizar e educar seus fiéis sobre a importância da vida humana e os princípios éticos relacionados ao aborto, ao mesmo tempo em que oferece misericórdia, reconciliação e perdão para aqueles que possam ter se envolvido em um aborto.

 

O pecado do aborto

A Igreja Católica tem uma posição clara e firme sobre o aborto, considerando-o um ato moralmente incorreto. A Igreja Católica compreende que o aborto é entendido como a destruição deliberada e direta de um feto em qualquer estágio de desenvolvimento, desde a concepção até o momento do nascimento.

A posição da Igreja Católica baseia-se em sua visão sobre a dignidade e o valor da vida humana desde o momento da concepção. A vida humana começa no momento da concepção, e o feto é considerado um ser humano com direito à vida e à proteção. Dessa forma, qualquer ação que intencionalmente cause a morte de um feto é considerada um pecado grave.

A Igreja Católica defende a sacralidade da vida e a responsabilidade de proteger e cuidar de cada ser humano desde a concepção até a morte natural. A vida é considerada um dom de Deus e, portanto, a interrupção deliberada dessa vida por meio do aborto é considerada uma violação do Quinto Mandamento (“Não matarás”) e um ato intrinsecamente mau.

Essa posição da Igreja Católica sobre o aborto é sustentada por meio de argumentos teológicos e éticos. A vida humana é sagrada e inviolável, independentemente das circunstâncias, e que o direito à vida seja um direito fundamental e inalienável de todo ser humano. A Igreja também enfatiza a importância de proteger e apoiar as mulheres em situações difíceis, como gravidez indesejada, por meio de medidas de apoio e assistência.

A Igreja Católica exerce uma influência significativa na formulação de políticas públicas relacionadas ao aborto em muitos países. Ela defende a proteção legal do direito à vida do feto e incentiva o diálogo e o debate em questões relacionadas à ética da vida humana.

É importante ressaltar que, embora a Igreja Católica mantenha uma posição clara contra o aborto, ela também enfatiza a misericórdia, a reconciliação e o perdão para aqueles que tenham se envolvido em um aborto ou apoiado essa prática. A Igreja busca acolher e oferecer apoio espiritual e emocional a pessoas que tenham passado por experiências relacionadas ao aborto.

O Catecismo da Igreja Católica ensina que desde o século I, a malícia moral de todo o aborto provocado. E esta doutrina não mudou. Continua invariável. O aborto direto, isto é, querido como fim ou como meio, é gravemente contrário à lei moral:

“Não matarás o embrião por meio do aborto, nem farás que morra o recém-nascido”.

“Deus […], Senhor da vida, confiou aos homens, para que estes desempenhassem dum modo digno dos mesmos homens, o nobre encargo de conservar a vida. Esta deve, pois, ser salvaguardada, com extrema solicitude, desde o primeiro momento da concepção; o aborto e o infanticídio são crimes abomináveis”.

A colaboração formal num aborto constitui falta grave. A Igreja pune com a pena canônica da excomunhão este delito contra a vida humana. «Quem procurar o aborto, seguindo-se o efeito («effectu secuto») incorre em excomunhão latae sententiae (49), isto é, «pelo facto mesmo de se cometer o delito» (50) e nas condições previstas pelo Direito (50). A Igreja não pretende, deste modo, restringir o campo da misericórdia. Simplesmente, manifesta a gravidade do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao inocente que foi morto, aos seus pais e a toda a sociedade. CICs 2271 e 2272.

 

A defesa da Igreja

“O dom da vida que Deus Criador e Pai confiou ao homem, exige que este tome consciência do seu valor inestimável e assuma a responsabilidade do mesmo: este princípio fundamental deve ser posto no centro da reflexão, a fim de esclarecer e resolver os problemas morais suscitados pelas intervenções artificiais na vida nascente e nos processos da procriação”. (Cf. Instrução sobre o respeito à vida humana nascente e dignidade da procriação.)

“Por sua parte, no Concílio Vaticano II a Igreja propôs novamente ao homem contemporâneo a sua doutrina constante e certa segundo a qual ‘a vida deve ser protegida com o máximo cuidado desde a concepção. O aborto como o infanticídio são crimes nefandos. Mais recentemente a Carta dos direitos da família, publicada pela Santa Sé, reafirmava: ‘A vida humana deve ser respeitada e protegida de modo absoluto, desde o momento da concepção’”.

A Igreja acredita que a vida humana inicia-se quando acontece a fecundação do óvulo:

“A partir do momento em que o óvulo é fecundado, inaugura-se uma nova vida que não é aquela do pai ou da mãe e sim de um novo ser humano que se desenvolve por conta própria”.

Aborto no Satanismo

Em 2021, o ex-satanista Zachary King fez revelações estarrecedoras sobre o que é o aborto para os satanistas e como ele é praticado, bem como qual é objetivo:

“Logo depois que eu fiz 14 anos, os membros da seita me disseram que eu ia participar de um aborto dali a 9 meses. Tivemos uma orgia em que participaram todos os garotos da seita de 12 a 15 anos e uma garota de 18, que também era da seita. Ela tinha que ficar grávida para depois fazer o aborto. Quando eles disseram isso, eu falei “maneiro”, em voz alta, mas não tinha ideia do que era um aborto. Na minha família eu acho que tinha ouvido os meus pais sussurrarem essa palavra uma vez só, por isso eu achava que era uma palavra suja. Quando perguntei aos membros da seita o que era o aborto, falei que não sabia o que tinha que fazer. Eles me explicaram que ia ter um bebê dentro do útero e que a gente ia matá-lo. Ia ter um médico e uma enfermeira lá para ajudar, porque era um procedimento médico. Eu perguntei: “Isso é legal?”. E a resposta foi: “É, quando ele ainda está no útero. Enquanto o bebê estiver dentro da mulher você pode matá-lo”.

Foi assim que eles explicaram para nós. Também explicaram que “você está matando um bebê”. Eles não disseram que é matar “um feto” ou matar “umas células em um corpo”. Nada disso. É um bebê.

Eu acho que não teria concordado em matar um bebê fora do corpo de uma mulher, mas, sabendo que podia matar à vontade se ele estivesse dentro do corpo… No satanismo, matar algo ou a morte de algo é o jeito mais eficaz de realizar um feitiço. Para conseguir de Satanás alguma coisa que você quer, o melhor jeito é matar algo. Matar é a máxima oferta a Satanás, e, se você pode matar um bebê que ainda não nasceu, este é o seu objetivo máximo.”

E continuou:

“O primeiro (aborto) que eu fiz foi mais ou menos 3 meses antes de completar 15 anos. Foi numa chácara que me surpreendeu porque era muito mais limpa do que muitas clínicas onde eu fiz outros abortos. Tinha um médico e uma enfermeira abortista. A grávida já estava no fim da gestação e estava cercada por 13 dos principais membros da nossa seita, que eram todos “altos sacerdotes” e “altas sacerdotisas”. Eu estava dentro do círculo com a mulher e o médico. Todos os adultos da minha seita estavam lá. Várias mulheres ficavam ajoelhadas no chão, se balançando para trás e para frente e cantando o tempo todo a frase “Nosso corpo e nós mesmas”. Do lado estavam vários membros masculinos da seita, todos cantando e “rezando”. O ritual começou às 23h45 e o feitiço começou à meia-noite, que é a hora da bruxaria, e a morte da criança aconteceu às 3h00 da manhã, que é chamada de “hora do diabo”.

O meu papel naquilo tudo foi inserir o bisturi. Eu não tinha necessariamente que matar… O importante era ficar com sangue nas minhas mãos, da mulher ou do bebê, e depois o médico terminava o procedimento. Naquele, em particular, que provavelmente foi um dos abortos mais hediondos de que eu já participei, o médico arrancou o bebê e o jogou no chão, lá onde as outras mulheres ficavam balançando o corpo para frente e para trás. Elas pareciam que estavam possuídas, e, quando o médico jogou o bebê no chão para elas, elas o comeram, como canibais.”

King ainda afirmou ter participado de cinco aborto rituais antes de virar um alto mago satânico e após alcançar o título, foram mais 141. Chama a atenção que King também relata ter participado de abortos rituais em Clínica renomadas.

O caso de Possessão do Padre Rufus

O saudoso Padre Rufus Pereira, que muitas vezes esteve no Brasil para pregar retiros de cura e libertação, pouco antes de morrer rezou por uma alma atormentada pelo demônio. Passou quatro longas horas com ela rezando para libertá-la do maligno, que teve como pano de fundo quatro abortos que a mulher já tinha realizado. O aborto é considerado pelos satanistas um sacramento satânico. Num caso como esse, a ferida é profunda e os casos podem levar anos, pois o maligno se agarrada aos maus sentimentos e ao grave pecado do aborto.

Rezemos pelo nosso mundo, que precisa voltar a valorizar as coisas sagradas, principalmente a inviolabilidade da vida.

plugins premium WordPress